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Uma tática simples para diminuir o estresse no trabalho

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

Conforme o tempo passa e a solução não vem, a preocupação e o estresse vão aumentando. Isso pode resultar em noites mal dormidas, conflitos nos seus relacionamentos e até mesmo problemas de saúde.

É possível que nesse exato momento você esteja enfrentando um problema assim…

Pode ser que o problema seja a apresentação da semana que vem para os diretores da empresa, mostrando os resultados do projeto que você estava tocando. Apresentação que, por sinal, você ainda nem começou e que te dá dor de cabeça só de pensar.

Talvez esteja esperando uma ligação te chamando para uma entrevista de emprego. Ligação que parece nunca acontecer e que já te fez roer todas as suas unhas enquanto aguarda. Ou então, pode ser o trânsito infernal que você pega todos os dias para ir e voltar do trabalho. Trânsito que parece ficar pior a cada dia e que te faz xingar todos os carros que estão na sua frente.

É normal nos sentirmos desconfortáveis nessas situações. Afinal, nós queríamos que tudo acontecesse do nosso jeito e que não precisássemos nos preocupar. Mas será mesmo que precisamos nos preocupar tanto?

O desconforto é normal. O que não pode se tornar normal é nos estressarmos excessivamente com isso, a ponto de criarmos problemas ainda maiores.

E se eu te dissesse que existe uma maneira de olhar para seus problemas de forma muito mais positiva e enxergá-los como uma oportunidade? E se essa maneira pudesse te ajudar a resolver seus problemas ainda mais rapidamente, gastando bem menos energia se preocupando? Gostaria de conhecê-la? Então continue lendo que eu já vou te apresentar. Antes disso vamos entender um pouco melhor como surgem nossas preocupações.

Entendendo as preocupações

Preocupações surgem quando gastamos mais energia olhando para o problema do que procurando uma solução para ele. Esse foco excessivo no problema faz com que passemos a enxergá-lo como uma ameaça. E se pensamos nele como uma ameaça, consequentemente passamos a imaginar as consequências negativas que ele pode trazer.

Quando olhamos para algo dessa maneira, naturalmente nos sentimos mais pressionados e estressados. E se essa postura negativa se mantiver por muito tempo, o problema começará a parecer cada vez maior e a nossa autoconfiança vai diminuir, podendo chegar ao ponto de nos paralisar. Para mudar a perspectiva com a qual você encara um problema, aqui vai a primeira dica.

Olhe para o problema de maneira positiva

A grande sacada é entender que o problema, na realidade, não faz parte de você. Ele está fora do seu corpo. Quem está dentro é a preocupação. Logo, você tem total controle sobre ela.

A sua apresentação vai acontecer em alguma sala de reuniões, os slides estão no computador, seus dados nos relatórios. O seu curriculum está na caixa de entrada do e-mail de alguém. O trânsito está fora do seu carro.

Não traga o problema para dentro da sua cabeça, porque ele apenas se transformará em preocupação. E preocupação não vai te ajudar a resolvê-lo.

Agora você pode estar pensando: mas se eu não me preocupar, não vou fazer nada a respeito. Entendo que essa confusão possa surgir. Mas existe uma diferença entre se preocupar e se importar.

Quando você se importa com algo, você procura fazer bem feito. Quando se preocupa com algo, acaba fazendo mais rápido do que deveria, sem dar a mesma importância para a qualidade daquilo que está sendo feito.

Consequentemente, seu desempenho fica abaixo do que poderia. O que eu quero dizer é: não gaste energia com a preocupação, gaste energia trabalhando na solução.

E para pensar melhor em uma solução, você precisa entender os três tipos de problema que existem.

Os três tipos de problema

Identificar qual é o tipo de problema pelo qual você está passando certamente vai te ajudar muito a encontrar mais rapidamente uma solução. Então vamos lá.

1. Controle direto

O primeiro tipo são os problemas sobre os quais você tem controle direto. Ou seja, você exerce total influência em relação a eles. Encontrar a solução e aplicá-la só depende de você.

Nos exemplos anteriores, a apresentação para os diretores da empresa se enquadra nos problemas de controle direto. Você é que precisa preparar a apresentação, tem acesso a todos os dados de que precisa e não depende de mais ninguém para prepará-la.

Nesse caso, a recomendação é a seguinte: mão na massa! Quanto mais você deixa o tempo passar, maior se tornará o problema. Ninguém o resolverá por você. Ao mesmo tempo em que isso pode parecer solitário, também te dá total controle da situação.

2. Controle indireto

O segundo tipo são os problemas de controle indireto. Isso significa que outras pessoas ou fatores também estão envolvidos e possuem participação na resolução do problema. Você exerce influência sobre ele, mas a responsabilidade não é única e exclusivamente sua.

O exemplo da entrevista de emprego entra nessa categoria. O que está sobre sua influência é ter um currículo bem elaborado e com boas qualificações, enviá-lo para as empresas, mostrar interesse para o recrutador, e assim por diante. Porém, depende do recrutador ter interesse pelo seu perfil e te dar a oportunidade de uma entrevista.

Podemos influenciar as outras pessoas a fazerem o que queremos, mas existe um limite. E esse limite representa o limite do nosso controle sobre o problema.

Para problemas desse tipo, a minha recomendação é: faça o melhor que você puder, garanta que fez tudo o que estava ao seu alcance.

Tendo consciência de que você fez tudo o que era possível, o peso sobre as suas costas diminui e a cobrança sobre si mesmo também. Mas não se acomode. Use o resultado dos seus esforços como um feedback, entenda o que pode estar fazendo de errado e o que pode ser feito ainda melhor. Busque sempre aumentar o seu potencial e suas chances de sucesso.

3. Nenhum controle

O terceiro tipo são problemas sobre os quais você não possui nenhum controle. Portanto, não consegue exercer influência sobre eles. Os fatores que controlam esse tipo de problema estão fora do seu alcance.

Nos exemplos anteriores, o trânsito representa essa categoria. Você pode tentar sair do trabalho fora dos horários de pico, usar outro tipo de transporte ou morar próximo do trabalho. Porém, o trânsito continuará lá. Você não pode fazer nada a respeito disso.

Considerando que você não tem saída, já está dentro do seu carro e tem quilômetros de congestionamento à sua frente, a recomendação é a seguinte: coopere com o inevitável.

Encontre formas de lidar com o problema de uma forma mais confortável. Pense em como esse ele pode representar uma oportunidade para você. Nem sempre tudo que parece ruim tem que ser necessariamente ruim. Vou ser clichê e usar a famosa frase: faça do limão uma limonada.

No caso do trânsito, você poderia aproveitar esse tempo para ouvir seus podcasts favoritos, ouvir um audiobook ou treinar seu inglês ouvindo músicas. Enfim, tenho certeza que você consegue ser mais criativo do que eu.

O benefício de saber lidar com problemas

Os problemas vão continuar surgindo em nossas vidas, isso é inevitável. Portanto, quanto mais preparado você estiver para lidar com eles – adotando uma perspectiva positiva e seguindo a estratégia que acabamos de mostrar – maior será sua capacidade de encontrar soluções.

Se você seguir esse plano, levará uma vida mais tranquila, produtiva e saudável. No ambiente de trabalho, um profissional capaz de resolver problemas de forma rápida e eficiente também é mais valorizado. Na vida pessoal, se tornar uma pessoa menos estressada e mais positiva te permitirá desfrutar de relacionamentos mais harmoniosos.

Nossa quantidade de energia diária é limitada, então como você decide gastá-la? Se preocupando com o problema ou encontrando a solução para ele?

Henrique Molina, colunista do Na Prática, é formado em Engenharia de Produção pelo Centro Universitário FEI. Atua como como Coach profissional, com foco em planejamento e desenvolvimento de carreira para jovens. É multiplicador do LABx e facilitador do Catálise, respectivamente os programas de liderança e autoconhecimento do Na Prática. Possui certificação profissional da Sociedade Latinoamericana de Coaching.

Este artigo foi originalmente publicado pelo Na Prática, portal da Fundação Estudar

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