A Blockchain ficou conhecida através do Bitcoin. Muitos, porém, não sabem o que ela é ou que ela pode servir para além do universo das criptomoedas.
O nome Blockchain pode ser traduzido ao pé da letra: uma cadeia de blocos que serve como um livro de registros à prova de violação. Pois para isto seria necessário que milhares de computadores espalhados pelo mundo executassem a mesma tarefa simultaneamente.
Esta cadeia de blocos, pode ser considerada – e é por muitos – a maior revolução tecnológica dos últimos tempos, seja para data analytics, big data, biblioteca ou registro público. Seu poder de criptografia e capacidade de armazenamento de dados é inviolável, de acordo com especialistas da área.
Fora do Bitcoin, a cadeia Blockchain fornece inúmeras alternativas à funcionalidades, a exemplo de negócios financeiros, liquidações e transações bancárias, banco de dados para bibliotecas e organizações, transparência de operações de qualquer espécie, inclusive processos eleitorais.
Ano passado, uma pesquisa com 100 instituições financeiras nos EUA, feita pela Infosys Finacle, apontou que cerca de 80% dos profissionais dessas empresas pretendem investir na tecnologia até 2020. A mesma estatística revelou que o crescimento em Blockchain em 2017 ultrapassou 1 milhão de dólares.
Atualmente, a Organização das Nações Unidas (ONU) também utiliza a cadeia de blocos para identificar refugiados de países em guerra, além de gerar tickets para distribuição de alimentos em seu programa de distribuição de víveres. Essas populações passam por um processo de biometria registrável através da blockchain da Ethereum. Mais de 10 mil pessoas já foram atendidas, segundo dados da ONU.
Outra iniciativa é a Moni, um cartão pré-pago também destinado a refugiados de países em guerra. Sua identificação é feita através da Blockchain, onde os imigrantes obtém acesso mais fácil à identificação governamental e acesso à economia: de cestas básicas à salários ofertados pelo país. A primeira iniciativa da Moni é a Finlândia, com planos de expansão a países vizinhos.
Inspirados nessas iniciativas, este ano foi a vez da IBM utilizar a tecnologia como mecanismo de ajuda humanitária. Segundo Kathryn Harrison, chefe de produtos da empresa, além de ajuda humanitária a Blockchain “parece ter diferentes casos de uso, como microfinanças, meio ambiente, crédito de carbono e economia de energia”, afirma.