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Ex-governador Joaquim Roriz morre aos 82 anos em Brasília

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Político estava internado havia um mês no Hospital Brasília. Ele não resistiu após sofrer infartos e se submeter a traqueostomia

Morreu, nesta quinta-feira (27/9), em Brasília, o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz. Ele estava internado no Hospital Brasília, no Lago Sul, desde 24 de agosto, quando deu entrada com febre alta. Os médicos confirmaram a morte às 7h50, por choque séptico decorrente das complicações da infecção pulmonar.

“Estamos devastados. É um momento em que só peço orações. Tenho certeza que não é só a família que perde com a morte do meu avô, mas Brasília inteira”, disse Joaquim Neto, na porta do hospital. “Ele merece todo o carinho do mundo, mas está descansando agora”, completou.

O patriarca do clã Roriz estava na Unidade de Terapia Intensiva e chegou a apresentar melhora, quando foi transferido para um quarto no último dia 10.

Contudo, voltou a ser internado na UTI dois dias depois, onde permaneceu até o momento de sua morte. Algumas horas antes do óbito, Roriz sofreu uma parada cardíaca e foi submetido a uma traqueostomia. A cirurgia abriu um pequeno orifício na traqueia, onde uma cânula foi instalada para a passagem de ar. Depois, sofreu mais duas paradas cardiorrespiratórias.

Desde os primeiros rumores da notícia, começou a movimentação de parentes, amigos, políticos e imprensa no hospital. A família deve divulgar, em breve, detalhes sobre o velório e a cerimônia fúnebre de despedida do ex-governador.

Diabético e doente renal crônico, o quadro de saúde do ex-governador se agravou nos últimos anos. Em agosto de 2017, o Metrópoles revelou que Roriz precisou amputar dois dedos do pé esquerdo por causa da diabetes. O político voltou ao hospital 11 dias depois e teve parte da perna direita amputada, na altura do joelho.

Dois anos antes, em novembro de 2015, Roriz ficou quase uma semana internado após um quadro de hipertensão e taquicardia. Na época, precisou se submeter a cateterismo.

Piora no quadro
Boletim médico no fim de agosto apontou quadro infeccioso. Joaquim Roriz precisou ainda retomar a alimentação por sonda. Diante da piora do quadro, médicos orientaram a ex-primeira-dama Weslian Roriz a evitar visitas na unidade de internação, pedido negado por ela.

Um dos principais líderes políticos do DF, Joaquim Roriz governou o DF por 14 anos. Foi em Luziânia (GO), município a cerca de 60km do DF, onde o patriarca da família nasceu e iniciou a carreira política: elegeu-se vereador e deputado estadual pelo MDB. Foi também indicado prefeito interventor de Goiânia e como governador biônico do DF pelo então presidente, José Sarney (MDB). Antes, ocupou o cargo de ministro da Agricultura e Reforma Agrária nas duas primeiras semanas do governo Fernando Collor.

A familiares, Roriz sempre relatou ter recebido o ex-presidente Juscelino Kubitschek em sua primeira visita na região hoje conhecida como Distrito Federal. Ele veio dar início à transferência da capital no Rio de Janeiro, no litoral, para o centro do país, região futuramente batizada de Brasília. Roriz era criador de gado e parte das terras desapropriadas pertenciam à família da esposa do ex-governador, Weslian Peles Roriz.

Força política
Durante uma trajetória política em que reuniu admiradores e críticos, Roriz se manteve como uma das maiores forças políticas do DF. Lançou à vida pública nomes hoje conhecidos, como o do ex-governador José Roberto Arruda (PR), o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB), o ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PR) e o candidato ao GDF pelo PSD, Rogério Rosso.

Além deles, o político investiu em inúmeros nomes que passaram pelo secretariado de suas gestões com o objetivo de conquistar cadeiras na Câmara Legislativa do DF ou na Câmara dos Deputados.

Em 2006, foi eleito senador. Iniciou o mandato em 2007 e renunciou após cinco meses para escapar de um eventual processo de cassação devido ao escândalo da Bezerra de Ouro, que apurou o suposto recebimento de recursos irregulares. Após ser diagnosticado com mal de Alzheimer pelo Instituto Médico Legal, a Justiça arquivou o processo contra o político.

Nas eleições de 2010, Roriz chegou a se lançar na disputa pelo Palácio do Buriti, mas desistiu por ter sido enquadrado nos critérios de inelegibilidade em função da renúncia ao mandato parlamentar. A mulher, Weslian Roriz, assumiu a cabeça de chapa, mas perdeu as eleições para Agnelo Queiroz (PT).

Ela obteve 33% dos votos válidos. Atualmente, por impedimentos legais, as duas filhas de Roriz que seguiram carreira política – Jaqueline e Liliane – não poderão concorrer em 2018. Contudo, o líder do clã manifestou desejo em relação à candidatura do neto que leva o mesmo nome do político a uma cadeira na Câmara dos Deputados.

Por: Manoela Alcântara, Caio Barbieri e Nathália Cardim – Metrópoles

Colaboraram: Otto Valle e Saulo Araújo
Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

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