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Tempo de espera por remédio em farmácia de alto custo chega a 4 horas

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

Usuários da farmácia de alto custo localizada na estação de metrô da 102 Sul denunciam a precariedade do serviço oferecido pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Os pacientes se queixam da falta de funcionários, lentidão no sistema e, principalmente, da demora no atendimento. Entre quinta (22/11) e sexta (23), teve gente que esperou na fila por quase quatro horas.

Outro problema que tem tirado os usuários do sério é o descaso dos funcionários terceirizados que, segundo eles, estariam encerrando o atendimento antes do horário. Previsto para funcionar entre 8h e 17h, às 15h, os trabalhadores já estariam se recusando a atender os pacientes.

“É um verdadeiro caos. Lá é sempre cheio, mas ultimamente vive lotado. Na fila, cadeirantes e doentes esperando horas pelo remédio”, disse uma portadora de esclerose múltipla, que preferiu não se identificar. Nessa quinta, sua mãe, de 69 anos, foi buscar o remédio que ela precisa tomar e ficou quatro horas na fila.

A fiscal Gisela Temótio, 39 anos, sofre com dor crônica e precisa comparecer à farmácia todo mês. A rotina dura mais de três anos. “Da última vez, cheguei aqui às 14h e só consegui sair às 18h30”, afirma. A dona de casa Mislene Ataídes, 37, reclama do mesmo problema. Ela diz que, todo mês, tem que aguardar, no mínimo, três horas.

“O sistema já melhorou muito. Antigamente, faltava remédio. Hoje em dia, não. Claro que seria mais fácil se fosse de três em três meses, porque a espera pode gerar transtornos, mas só de conseguir já está bom”, resigna-se.

A aposentada Márcia Costa, 58, toma remédio para artrite há sete anos e conta que não conseguiu a medicação uma única vez em todo esse tempo. “O problema aqui é o sistema de computador usado pelos funcionários. Cai toda hora. Quando funciona perfeitamente, o tempo na fila é de 1h30. Quando não, demora muito mais. Mas já melhorou muito de uns tempos para cá”, afirma.

A situação precária não é de hoje. Na série DF na Real – publicada no dia 28 de outubro deste ano –, o Metrópoles mostrou o calvário dos pacientes em busca de medicamentos nas farmácias de alto custo.

A reportagem percorreu as unidades da Asa Sul, Ceilândia Norte e Gama e destacou que, apesar das longas filas, nem sempre o medicamento está disponível. Na ocasião, um levantamento da Secretaria de Saúde do DF apontou que 23 remédios estavam em falta. Ao todo, a Farmácia de Alto Custo disponibiliza 220 rótulos. Os insumos são indicados para o tratamento de aproximadamente 100 condições clínicas diferentes.

O outro lado
Em nota nesta sexta (23/11), a Secretaria de Saúde informou que são distribuídas diariamente 400 senhas para atendimento na Farmácia de Componente Especializado da Asa Sul – antiga Farmácia de Alto Custo. E, ainda, que a unidade funciona de segunda a sexta-feira, ininterruptamente, das 7h às 17h.

A pasta garante que o expediente não é encerrado antes do horário, em nenhum dia, mas reconhece que, nessa quinta, houve lentidão do sistema informatizado do Ministério da Saúde – utilizado nas três unidades (Asa Sul, Ceilândia e Gama), o que gerou atraso no atendimento.

“Devido a essa lentidão, foi necessário encerrar a distribuição de senhas às 14h40, pois havia 130 pacientes aguardando atendimento”, assinalou. Por fim, informou que às 17h ainda restavam 40 pessoas, e todas as que tinham senhas receberam a medicação.

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