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Mais de R$ 5,7 milhões investidos para evitar desperdício de água tratada

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

Projeto de setorização das redes pluviais no Paranoá e no Itapoã vai para a última etapa, beneficiando 110 mil moradores

JÉSSICA ANTUNES, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: CHICO NETO
Trabalho, que entra na reta final, prevê a instalação de trechos de rede de água, macromedidores e válvulas redutoras de pressão | Fotos: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

O Governo do Distrito Federal trabalha para evitar o desperdício de água tratada. Nas próximas semanas, a Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) vai dar início à última etapa da obra de setorização das redes do Paranoá e do Itapoã. Além de gerar dezenas de empregos, o projeto, que abrange as duas regiões, demanda investimento de R$ 5,760 milhões e vai beneficiar 110 mil moradores ao reduzir vazamentos, rupturas e interrupções de fornecimento.

Com recursos provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o projeto prevê a instalação de trechos de rede de água, macromedidores e válvulas redutoras de pressão. Na prática, quando o projeto for concluído, a rede de águas do Paranoá terá sido dividida em cinco setores, com instalação de Distritos de Medição e Controle (DMC) que permitem controle específico das áreas.

“Cada um desses setores pode ser tratado de forma independente. Isso permite encontrar um vazamento mais rápido – às vezes antes de aparecer na superfície e comprometer o asfalto”, esclarece o fiscal da obra da Caesb, André Cherulli. De acordo com ele, esses equipamentos ainda permitirão, de forma individual, o controle a distância da operação do sistema, adequando a pressão na rede e identificando possíveis vazamentos de forma virtual.

A companhia calcula que cerca de 34% da água tratada no DF seja desperdiçada. Isso quer dizer que, a cada 100 litros, 34 litros se perdem por furtos, ligações clandestinas, erros de medição e vazamentos. O administrador regional do Paranoá, Sérgio Damaceno, diz que a demanda foi identificada com constantes casos de rompimento da rede em virtude da alta pressão.

34%Percentual de água tratada que desperdiçada no DF, segundo a Caesb. Perdas também incluem furtos e ligações clandestinas

“Temos a mesma rede desde a inauguração da cidade, em 1989”, conta o administrador. “Se há um problema, o desligamento precisa ser geral, que impacta muitas pessoas. Agora, com a setorização, será possível suspender de forma localizada, só na área afetada. Além do desperdício de água, isso ainda impacta em prejuízos com reparos no asfalto, apesar de termos buraco zero.”

O administrador do Paranoá, Sérgio Damaceno, atenta: “Temos a mesma rede desde a inauguração da cidade, em 1989”

O contrato do projeto nas duas regiões administrativas é executado há dez meses, com 60 empregos diretos e indiretos, e deve ser concluído em novembro. “Estamos em vias de finalização”, explica André Cherulli. “Já fizemos todas as outras interligações de menor impacto e agora precisamos chegar à avenida principal do Paranoá. A ideia é que melhore o abastecimento e a distribuição nas duas cidades, reduzindo a pressão na rede para não ter rompimento e perdas de água tratada”.

Agora, as intervenções serão na Avenida Paranoá, a principal da cidade com o mesmo nome. A pista foi dividida em quatro setores, que vão receber as intervenções individualmente. Segundo a Caesb, o primeiro ponto de obras será no início da pista, próximo ao cruzamento com a Estrada Parque Tamanduá (BR-479). Depois, os  serviços seguem para a altura das quadras 29/30 e para a Entrequadra 13/14, até chegarem ao ponto entre as quadras 21/22, no cruzamento com a Avenida Transversal.

Intervenções no trânsito

Para a execução do trabalho, serão necessários bloqueios e desvios na avenida, a serem divulgados em breve pelo Departamento de Trânsito (Detran). “É impactante, mas necessário”, pontua André Cherulli. “A Caesb buscou outras formas de fazer [o serviço] sem impacto no tráfego, mas não conseguimos dar outra solução técnica”.

A dona de casa Antônia Gomes, 38 anos,  pondera a respeito: “Vai ser difícil ter a principal avenida da cidade com pontos bloqueados, mas sabemos que é para melhorar a cidade”. Nascida e criada no Paranoá, ela já presenciou casos de recorrentes de vazamentos nas ruas da cidade. “É um transtorno, e espero que, com essa série de obras, a situação melhore”, conclui.

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