JURANA LOPES, DA AGÊNCIA SAÚDE-DF
Muita gente desconhece, mas a Secretaria de Saúde disponibiliza na rede pública a fisioterapia pélvica, serviço envolvido na saúde da mulher, voltado para a reabilitação do assoalho pélvico. A fisioterapia pélvica reúne diferentes técnicas fisioterapêuticas utilizadas com a finalidade essencial de melhorar o controle, percepção e qualidade da musculatura do assoalho pélvico (MAP).
“A fisioterapia pélvica disponibilizada pela Secretaria de Saúde assiste pacientes em pós-operatório de cirurgias urológicas, ginecológicas, pacientes com incontinência urinária e fecal, prolapsos, transtornos sexuais e dor pélvica. Em idosas, principalmente, há uma incidência muito alta de incontinência urinária, o que atrapalha muito a qualidade de vida das mulheres que por vezes precisam utilizar fraldas”, explica a Referência Técnica Distrital (RTD) em Fisioterapia, Raquel Andrade.
O objetivo e função da fisioterapia pélvica é fortalecer o assoalho pélvico e otimizar a consciência corporal das pacientes. Com o tratamento há considerável melhora na qualidade de vida pois auxilia no alívio dos sintomas de transtornos sexuais, vaginismo, dor pélvica, endometriose, dores durante a relação sexual, incontinência urinária por esforço, prolapso (bexiga caída), entre outros.
Segundo Raquel, as técnicas de reabilitação do assoalho pélvico também atuam como método preventivo e/ou coadjuvante à cirurgia, a fim de potencializar o sucesso dos processos cirúrgicos, evitar a recidiva e acelerar a reabilitação no pós-operatório.
Evitar a obesidade e o sedentarismo, controlar o ganho de peso durante a gestação, praticar exercícios físicos regulares e exercícios para fortalecer o assoalho pélvico são medidas que podem ser úteis na prevenção da incontinência urinária e melhora da qualidade de vida da mulher.
De acordo com a RTD em Fisioterapia, o tratamento fisioterapêutico segue dois pilares principais: melhorar a funcionalidade de todas as estruturas pélvicas, em especial a musculatura do assoalho pélvico e, orientar comportamentos que favoreçam a cura da doença, a manutenção e promoção da saúde. “Cabe ao profissional fisioterapeuta avaliar o paciente, elaborar o diagnóstico funcional, prescrever e planejar tratamento”.
Atendimentos
O atendimento de fisioterapia pélvica começa na Atenção Primária à Saúde (APS), que acolhe a paciente com orientações preventivas e presta os primeiros cuidados para algumas disfunções do assoalho pélvico.
Raquel afirma que a abordagem pode ser por meio de palestras relacionadas tanto aos cuidados de saúde gerais (idosos, planejamento familiar), quanto medidas relacionadas diretamente às disfunções do assoalho pélvico.
“Caso a paciente apresente sintomas de perda urinária ou fecal, urgência ao urinar, dor na região pélvica, ela deve procurar a sua Unidade Básica de Saúde onde receberá as devidas orientações e caso seja necessário, será encaminhada ao serviço especializado, na Atenção Secundária”, informa.
Na Secretaria de Saúde o serviço de reabilitação pélvica é ofertado por profissionais especializados nos hospitais regionais da Asa Norte (HRAN), Taguatinga (HRT), Santa Maria (HRSM) e no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB).
O encaminhamento para reabilitação pélvica segue a nota técnica de fisioterapia uroginecológica. O HRAN e o HRSM têm vagas reguladas pelo Sistema Nacional de Regulação (SISREG). No HRT, a marcação se faz no próprio local com devido encaminhamento médico e o HMIB tem fluxo interno de atendimento.
Estrutura pélvica
O assoalho pélvico é uma estrutura formada por 13 músculos, fáscias e ligamentos que formam uma rede de sustentação para os órgãos localizados na cavidade pélvica. Quando ocorre alguma alteração na musculatura pélvica podem ocorrer disfunções como a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício ou movimenta-se; gases involuntários; perda involuntária de urina e fezes; prolapso (bexiga caída); dor durante a relação sexual entre outros.