Em tempos de pandemia, psiquiatra faz alerta para cyberbullying, que pode desenvolver traumas para o resto da vida
No dia Nacional de Combate ao Bullying, 7 de abril, é importante falar sobre saúde mental das crianças e dos jovens, principalmente na pandemia. Durante o isolamento, o mundo digital está cada vez mais presente na vida de todos. Por isso, psiquiatras alertam para o bullying praticado nas redes. Segundo uma pesquisa realizada em 30 países divulgada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), um em cada três jovens afirmaram ter sido vítimas de cyberbullying. Dos entrevistados no Brasil, 37% disseram ter passado por situações como esta na web.
Para o médico psiquiatra Luan Diego Marques, casos de bullying online podem causar marcas tão profundas, que os traumas reverberam para o resto da vida. Ele ainda explica que cyberbullying, que são as agressões feitas online e de várias formas, como vídeos ou fotos, são ainda mais impactante para saúde mental do indivíduo “Nesses casos, devido à rápida disseminação nas redes sociais o impacto psicológico é ainda maior no jovem”, afirma o especialista em terapia interpessoal.
“Como se trata de um estresse, o cyberbullying afeta diretamente o psicológico. Inclusive, a autoestima e confiança. Há casos em que esses traumas são tão graves, que podem desenvolver crises de ansiedade, depressão e até dificuldade de socialização”, afirma o médico.
Situações como esta estão cada vez mais recorrentes. De acordo com uma pesquisa realizada pelo instituto Ipsos, o Brasil é o segundo país com a maior incidência de cyberbullying no mundo. O médico ainda afirma que os pais devem observar o comportamento e escutar as crianças e os jovens. Além disso, ele ressalta a importância de procurar ajuda de um profissional. “Muitas vezes pode não parecer tão grave, mas para quem sofreu o bullying, tem muita relevância”.