Conforme o prazo final para a saída definitiva dos Estados Unidos do Afeganistão se aproxima, os militares ainda presentes em Cabul correm para retirar equipamentos e aprovar os últimos vistos para afegãos aliados que desejam deixar o país.
No domingo, cerca de 1200 pessoas deixaram Cabul, afirmou a Casa Branca. Até o momento, o total de evacuados se aproxima das 120 mil pessoas.
O governo e o exército afegão desapareceram quando o Talibã entrou na capital, em 15 de agosto – o que marcou a volta do grupo ao poder e causou pânico em decorrência de suas visões estritas sobre a colaboração com o Ocidente e direitos humanos, principalmente no que diz respeito às mulheres.
Sob um acordo com os Estados Unidos, o Talibã disse que permitirá que estrangeiros e afegãos que desejem partir possam sair do país.
A promessa, no entanto, é vista com desconfiança. Sob pressão, o presidente Joe Biden disse que cumprirá seu prazo para retirar todas as tropas americanas do Afeganistão até terça-feira (31), 20 anos depois da invasão a Cabul e da deposição do governo do Talibã da época por proteger os perpetradores dos ataques de 11 de setembro de 2001.
O ritmo de evacuados já diminuiu a partir do último fim de semana, mas as forças americanas não quiseram dar mais detalhes sobre quais seriam os voos direcionados para o carregamento de equipamentos.
Os aliados afegãos que trabalharam com funcionários americanos ou ocidentais e que, portanto, correriam risco de vida em um regime sob o Talibã, tentam desesperadamente conseguir acesso ao aeroporto de Cabul e acessar um visto especial, nomeado de SIV.
A maioria dos países ocidentais já retiraram tropas e também afegãos que colaboraram com embaixadas, organizações humanitários e as forças armadas dessas nações.
No entanto, nem todos conseguirão sair do Afeganistão, conforme declarado pelo chefe das Forças Armadas do Reino Unido, general Nick Carter. Muitos afegãos que não puderam sair julgaram que era muito perigoso viajar para o aeroporto de Cabul, disse ele:
“Nós estamos sempre recebendo mensagens e textos muito angustiantes de nossos amigos afegãos. Estamos vivendo isso da maneira mais dolorosa”, afirmou.
O ministro da Defesa britânico Ben Wallace estimou que entre 800 e 1.100 afegãos que trabalharam com o Reino Unido não iriam conseguir sair do país.
Fonte : CNN Brasil.