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Submarino de guerra dos EUA atinge “objeto não identificado” no Mar da China

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Um submarino nuclear de guerra dos Estados Unidos atingiu um objeto subaquático no Mar da China Meridional no último sábado (2), de acordo com dois oficiais de defesa da China.

O incidente não causou mortes, mas vários marinheiros a bordo do “USS Connecticut” ficaram feridos, segundo um comunicado da Frota do Pacífico dos EUA.

Ainda não está claro o que o submarino da classe Seawolf — classificação de submarinos nucleares de ataque da marinha de guerra dos EUA — atingiu enquanto estava submerso.

“O submarino permanece em condição segura e estável. A planta de propulsão nuclear do USS Connecticut e seus espaços não foram afetados e permanecem totalmente operacionais”, disse o comunicado. “O incidente será investigado.”

A Marinha dos EUA não especificou que o incidente ocorreu no Mar da China Meridional, apenas que ocorreu em águas internacionais na região do Indo-Pacífico.

Tensão entre EUA e China

O incidente aconteceu em meio as tensões entre os EUA e a China que aumentaram com as incursões dos militares chineses na Zona de Integração de Defesa Aérea (ADIZ, na singla em ingês) de Taiwan.

O submarino estava operando nas águas ao redor do Mar da China Meridional, enquanto os EUA e seus aliados estavam realizando uma grande demonstração de força multinacional na região, conhecida como “Carrier Strike Group 21”.

Navios dos EUA, Reino Unido, Japão, Austrália, Canadá e Holanda, incluindo três porta-aviões, foram vistos treinando na área e nos arredores.

No sábado (2), cerca de 40 aeronaves militares chinesas, incluindo caças e aeronaves de transporte, entraram no ADIZ de Taiwan, fazendo com que a força aérea taiwanesa agisse enviando jatos e colocando mísseis de defesa aérea para vigiar as aeronaves.

Dois dias depois, a China enviou 56 aeronaves para o ADIZ de Taiwan em 24 horas, o maior número desde que a ilha autônoma começou a divulgar esses números publicamente no ano passado.

“Estamos muito preocupados com a atividade militar provocativa da China perto de Taiwan”, disse o secretário de Estado dos EUA, Tony Blinken, a repórteres em uma entrevista coletiva em Paris na quarta-feira (6), quando questionado sobre a atividade chinesa.

“Como dissemos, a atividade é desestabilizadora. Há o risco de erro de cálculo e tem o potencial de minar a paz e a estabilidade regional. Portanto, pedimos fortemente a Pequim a cessar sua pressão militar, diplomática, econômica e coerção dirigida a Taiwan”.

Taiwan diz que China pode invadir até 2025
Na quarta-feira (6), o ministro da defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, disse que a China poderia estar pronta para lançar uma invasão “em grande escala” da ilha até 2025, e afirmou que “atualmente eles têm a capacidade” de atacar, mas teriam de “pagar um preço”.

O governo do presidente dos Estados Unidos Joe Biden mudou o foco da política de segurança nacional do país das guerras das últimas duas décadas em relação a Pequim, que tem se afirmado na região e no cenário mundial.

Nesta quinta-feira (7), a Agência Central de Inteligência anunciou a criação de um novo centro de missão para a China após uma revisão de meses que considerou o país como a maior ameaça de longo prazo para os Estados Unidos.

Um dia antes, o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan encontrou-se com um alto funcionário chinês na Suíça, no que um alto funcionário do governo chamou de “discussão franca, direta e ampla”.

Esforços para garantir estabilidade

A reunião, que o funcionário disse ter um “tom diferente” de uma reunião amarga entre Sullivan e seu homólogo chinês seis meses atrás, preparou o cenário para um encontro virtual entre o presidente Joe Biden e o presidente chinês Xi Jinping no final deste ano em um esforço para garantir a estabilidade.

Mas o acordo de princípio entre os dois líderes de se encontrarem fez pouco para aliviar o atrito atual na região, nem aliviou o atrito em torno do Mar da China Meridional, onde a China construiu uma série de bases em recifes e ilhas artificiais no hidrovia disputada.

Em resposta a um relatório do jornal norte-americano “Wall Street Journal” sobre a presença de tropas americanas em Taiwan, o Pentágono destacou seu apoio a Taiwan e suas necessidades de defesa.

“Nosso apoio e relacionamento de defesa com Taiwan permanecem alinhados contra a atual ameaça representada pela República Popular da China”, disse o porta-voz do Pentágono John Supple na quinta-feira (7), acusando a China de ações que “desestabilizam e aumentam o risco de erro de cálculo”.

Fuzileiros navais dos EUA no Taiwan

Como as relações entre os EUA e a China passam por tensões, o Departamento de Estado solicitou em junho de 2018 que fuzileiros navais dos EUA fossem enviados a Taiwan para ajudar a proteger a embaixada dos EUA de fato lá.

Na época, havia apenas 10 soldados americanos em Taiwan, de acordo com os registros da força de trabalho do Departamento de Defesa, e apenas um era do Corpo de Fuzileiros Navais, que é o braço militar responsável pela segurança da embaixada.

O número aumentou gradualmente para 19 soldados dois anos depois, antes de saltar para 32 no início deste ano, mostram os registros. Da mesma forma, o número de soldados americanos na China aumentou de 14, em 2018, para 55 atualmente, a maioria dos quais são fuzileiros navais.

“A relação de defesa dos EUA com Taiwan é guiada pela Lei de Relações de Taiwan e baseada em uma avaliação das necessidades de defesa de Taiwan e da ameaça representada pela RPC, como tem sido o caso por mais de 40 anos”, disse Supple.

Os comentários são parte de uma série de ataques retóricos crescentes entre as duas superpotências envolvidas no que os oficiais do Pentágono chamam de “Grande Competição de Poder”.

No início desta semana, a China criticou os EUA pelo que chamou de “comentários irresponsáveis”, depois que os EUA condenaram os voos militares chineses no ADIZ de Taiwan.

“Nos últimos tempos, os Estados Unidos continuaram suas ações negativas na venda de armas para Taiwan e no fortalecimento de seus laços militares oficiais entre os Estados Unidos e Taiwan”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying.

Fonte: G1.

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