O início da Guerra na Ucrânia mudou os planos do jogador de futebol natalense Edson Fernando, de 23 anos. Ele, que foi contratado em janeiro pelo time de futebol ucraniano Rukh Lviv, começou a se preparar para deixar o país na quinta-feira (24) e decidiu se refugiar na Polônia e se deslocar até o país a pé.
Edson estava em Lviv, no Oeste da Ucrânia, onde se preparava para estrear em um jogo oficial no próximo fim de semana. Segundo o atleta, a cidade tem sido passagem de muitas pessoas que seguem de outras regiões do país para cruzar a fronteira com a Polônia.
Na quinta-feira, a Embaixada do Brasil na Ucrânia, por exemplo, orientou que pediu que os brasileiros que puderem se desloquem por meios próprios para outros países ao oeste do país.
Com os bombardeios e o congestionamento para sair da Ucrânia, ele e outros colegas do mesmo time decidiram enfrentar parte do caminho até a fronteira entre os dois países a pé, junto com um grupo de colegas atletas, nesta sexta-feira (25). O motivo foi o congestionamento de veículos na região.
“Estamos próximos da fronteira, mas indo a pé, porque os carros não andam, não saem do lugar, muito carro, situação tensa. Estamos caminhando há cerca de 40 minutos”, relatou por volta das 7h da manhã (horário de Brasília) desta sexta-feira (25) , por telefone. Na Ucrânia, era meio-dia.
O atleta não soube informar a que distância estava da fronteira com a Polônia. Pelo Google Maps, a distância aproximada entre Lviv e a Polônia fica entre 70 e 100 quilômetros, e o trajeto leva em torno de 2h de carro e 15 horas a pé.
Abordagem militar
De acordo com ele, o grupo seguiu a estrada com malas, carrinho de bebê e um dos colegas machucado, usando muletas. No caminho, foram abordados por militares ucranianos, que verificaram o passaporte de todos.
De acordo com o jogador, o objetivo dos militares era saber se havia algum ucraniano no grupo, mas liberaram a passagem ao perceber que eram estrangeiros, a maior parte sul-americanos.
Depois de passar pela barreira militar e parar para comer em um posto de combustíveis, o grupo conseguiu contratar um motorista de van para levá-lo “o mais longe possível”.
“O cara está levando a gente agora para o mais próximo [da fronteira com a Polônia, mas ainda tem muitas pessoas caminhando”, relatou.
Fonte: G1.