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Caso Júlia: padrasto que confessou ter matado enteada ‘não demonstra arrependimento’, diz delegado

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O delegado Hector Azevêdo, responsável pela investigação da morte da adolescente Júlia dos Anjos, disse nesta quarta-feira (13), em entrevista coletiva na Central de Polícia de João Pessoa, que Francisco Lopes, o padrasto que confessou ter matado a menina, aparenta frieza e não demonstra nenhum arrependimento pelo crime. O corpo foi retirado de um poço na Praia do Sol nesta terça-feira (12), local apontado pelo suspeito, já em estado de decomposição. A polícia aguarda a conclusão de exames que podem apontar se a menina sofreu abuso sexual antes de ser morta, além da comprovação física da identidade do corpo.

“Ele demonstra ser uma pessoa muito fria. Não esboça sentimento nenhum, não demonstra arrependimento”, afirmou o delegado em entrevista coletiva. Segundo Hector Azevêdo,o único pedido feito por Francisco foi para contar o fato pessoalmente a irmã. “A irmã entrou em choque com aquela notícia, mas ele continuou calmo e com o mesmo semblante”.

O delegado disse que Francisco confessou ter matado a menina por asfixia, em casa, na cama em que ela dormia. Em seguida, colocou a adolescente já sem vida no carro e levou até a cacimba onde o corpo foi encontrado. Depois de matar a enteada e se livrar do corpo, ele voltou para casa. Mais tarde, o suspeito, que trabalhava como mecânico de elevador, foi para o trabalho e jogou o celular de Júlia fora.

“Foi trabalhar normalmente como se nada tivesse acontecido. Ao ir trabalhar, pegou o celular dela e jogou nas proximidades de um rio, perto da Acadepol, mais ou menos no caminho do trabalho dele”.
Hector Azevêdo relata também que a família morava em um apartamento no térreo e que o carro de Francisco estava estacionado na garagem, a no máximo três metros do quarto onde ele matou Júlia. Já o reservatório de água onde o corpo foi deixado ficava há no máximo 600 metros do prédio. Até o momento, a informação é que Francisco agiu sozinho, mas as investigações continuam. A polícia também ainda não pode indicar se foi premeditado, mas o delegado afirmou que o suspeito conhecia o local onde deixou o corpo da enteada.

Francisco alega que cometeu o crime porque a adolescente não aceitava a gravidez da mãe. O delegado disse que, de acordo com depoimentos de familiares sobre o comportamento de Júlia, essa tese não tem nenhum fundamento. “É completamente inverossímil, não tem nenhum fundo de verdade nisso aí”, pontuou.

O padrasto nega que tenha abusado sexualmente da enteada. O delegado disse que, após a confissão dele, familiares relataram que havia uma desconfiança de conotação sexual na relação dele com a enteada. “Um familiar relatou ter presenciado olhares lascivos [ de Francisco para Júlia]. Ontem chegou a informação de que ele tinha sido pego olhando a menina no banheiro”.

Após audiência de custódia, a Justiça da Paraíba decretou a prisão preventiva de Francisco. Ele vai para o Presídio do Roger, em João Pessoa.

O corpo de Júlia permanece no Instituto de Polícia Científica (IPC). Até o momento, não há previsão sobre quando será liberado. O delegado acrescentou também que, pelo avançado estado de decomposição, a conclusão dos exames será mais trabalhosa.

Fonte: G1.

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