Indicador Ipea também apontou recuo de 2,4% no trimestre
móvel encerrado no mesmo mês
O Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais apresentou queda de 2,9% em novembro de 2022, na comparação com outubro, segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, nesta quarta-feira (18). Com isso, o indicador referente ao trimestre móvel encerrado em novembro registrou um recuo de 2,4% na margem, a segunda variação negativa seguida nessa base de comparação.
O consumo aparente de bens industriais é definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno acrescida das importações. Entre os seus componentes, enquanto a produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) caiu 0,5% em novembro e 2,9% no trimestre móvel, as importações de bens industriais cederam 8,9% em novembro e 3,4% no trimestre móvel, conforme a tabela abaixo:
Consumo aparente de bens industriais versus produção industrial (em %)
Fonte: Ipea; IBGE; Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex)
Elaboração: Grupo de Conjuntura da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Dimac/Ipea).
Nota: 1 Trimestre terminado no mês de referência da divulgação.
A comparação com 2021 mostra que a demanda por bens industriais retrocedeu 3,2% entre novembro de 2022 e novembro de 2021. Com isso, o trimestre móvel avançou 0,1% em relação ao mesmo período de 2021. Enquanto a produção industrial, mensurada pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE), registrou uma queda de 1 % no acumulado de doze meses, a demanda cedeu 0,9% no mesmo período. Na mesma base de comparação, as importações de bens industriais cresceram 4,2%.
O fraco desempenho em novembro foi disseminado no que diz respeito às grandes categorias econômicas. Os segmentos de bens de capital e bens intermediários foram os destaques negativos, com baixas de 0,8% e 3,3%, respectivamente. A demanda por bens de consumo semi e não duráveis foi a única a presentar crescimento, com alta de 1,8% na margem.
Já em relação ao trimestre móvel encerrado em novembro, os destaques positivos ficaram por conta da demanda por bens de capital e bens de consumo duráveis, com altas de 2,7% e 0,7%, respectivamente. Na comparação com novembro de 2021, apenas os bens intermediários apresentaram queda.
A análise das classes de produção mostra que a demanda interna por bens da indústria de transformação recuou 0,8% sobre outubro, encerrando o trimestre móvel com queda de 2,4%. A extrativa mineral, por sua vez, recuou 32,1% na margem, refletindo um forte aumento das exportações no período. Ainda assim, encerrou o trimestre móvel com alta de 1,2%. No acumulado em doze meses, as indústrias extrativas tiveram crescimento de 1,7%.
Oito dos 22 segmentos da indústria de transformação registraram desempenho positivo, com destaque, entre os que possuem peso relevante, para os de “celulose” e “veículos”, com altas de 3,9% e 1,9% na margem, respectivamente. Já em relação ao trimestre móvel, apenas cinco segmentos apresentaram crescimento na comparação dessazonalizada, entre eles, o de “farmoquímicos” e de “veículos”, que avançaram 4,1% e 4,9%, nessa ordem.
Acesse a íntegra do indicador no blog da Carta de Conjuntura
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