A CNN teve acesso à íntegra do depoimento do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal em exercício durante os atos do dia 8 de janeiro, Fernando Oliveira. Ele ocupava o cargo de forma interina já que Anderson Torres estava de férias nos Estados Unidos.
As informações são da analista de política da CNN Thais Arbex.
Oliveira disse que haviam dois grupos de mensagens responsáveis por subsidiar e difundir informações de inteligência em tempo real sobre as manifestações do dia 8, os grupos tinham nomes de “difusão” e “perímetro”. Dentre os membros do grupo estariam ele, o secretário Anderson Torres, o comandante-geral da Polícia Militar, Fábio Augusto e outras autoridades.
Leia mais
PF prende assessor de deputado bolsonarista suspeito de financiar atos em Brasília
Anderson Torres deve detalhar conteúdo de seu celular em depoimento previsto para segunda
Governo do Brasil rompe com aliança ultraconservadora criada por Trump
No entanto, ele disse ter recebido poucas informações sobre radicais, sendo a maioria advinda de redes sociais e não do acompanhamento in loco realizado por policiais. As informações da inteligência apontavam um ambiente controlado e tranquilo.
O relatório da Secretaria de Segurança Pública do DF apontava a possibilidade de uma manifestação com ânimos exaltados, mas não havia a confirmação concreta por parte da inteligência das forças de segurança. Ele também explicou que a maior parte das informações eram colhidas através de movimentações nas redes sociais, já que poucos manifestantes estavam em Brasília nos dias 5 e 6.
A rede de inteligência era composta pelas forças policias estaduais e federais participantes do plano e Subsecretária de Inteligência era a pasta responsável por aglutinar tais informações. A segurança e patrulhamento da Esplanada dos Ministérios no dia 8 ficou a cargo Polícia Militar do DF, conforme o Plano de Ações Integradas.
Oliveira disse que, assim que soube da invasão na Praça dos Três Poderes, se deslocou para a Esplanada, tentando chegar nas imediações do Itamaraty, onde estava o comando das tropas especializadas.
Diante da ausência de Anderson Torres, acionou o gabinete de crise com a convocação de todos os comandantes das forças, deslocamento de todas as tropas localizadas nas cidades satélites para a Esplanada e recrutamento dos policiais de folga. Ele determinou que fossem efetuadas prisões de pessoas que se encontrassem em situação de flagrante e a identificação dos invasores.
*Matéria em atualização
**Publicado por Fernanda Pinotti
Este conteúdo foi originalmente publicado em CNN tem acesso a depoimento de “número 2” de Anderson Torres no site CNN Brasil.