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Relatório produzido na transição apontou presença de militares do GSI em atos anti-Lula na porta do QG do Exército

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

Um documento elaborado pelo grupo técnico da área de Inteligência Estratégica durante a transição do governo federal traçou o perfil dos servidores do Palácio do Planalto. Sobretudo aqueles que ocupavam posições vinculadas a segurança de autoridades e das instalações palacianas.

Apesar de ainda em sigilo, o relatório tem norteado as ações vistas ao longo desta semana no Diário Oficial da União (DOU): a exoneração de militares.

O levantamento de inteligência da transição mapeou que ao menos oito pessoas que atuavam no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) teriam participado de atos contrárias à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília.

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O dossiê, que teve partes divulgadas pela Folha de S. Paulo e confirmadas à CNN por fontes da equipe do novo governo, foi produzido com base em mensagens de grupos de mensagens de celular.

Segundo o documento, esses militares – todos da ativa – teriam compartilhado mensagens pedindo uma intervenção federal no governo, em caso de vitória, além de fazer ameaças ao então candidato do PT.

O documento menciona a existência de um vídeo publicado em um dos grupos com a imagem do presidente discursando sob a mira de um atirador de elite.

Em outra mensagem, um dos participantes teria sugerido que Lula “não subiria a rampa” do Palácio do Planalto em 1º de janeiro.

Demissões

Nos últimos dias, o governo demitiu 65 militares do GSI e da Secretaria Geral da Presidência da República.

Dois deles, os soldados da Marinha Márcio Valverde e Marcos Chiele, tiveram seus nomes citados no relatório. Eles estavam lotados no GSI. A CNN não conseguiu contato com os militares. A Marinha informou que qualquer indivíduo de transgressão será investigado e os responsáveis poderão ser punidor à luz do Regulamento Disciplinar.

As mudanças na equipe da segurança da Presidência não estão ligadas apenas ao relatório da transição. O aperto maior foi dado após os atos criminosos do dia 8 de janeiro.

Logo depois, Lula chegou a dizer que “muita gente” das Forças Armadas foi “conivente” com a invasão aos Três Poderes. Ele também afirmou que alguém abriu a porta para que a turba entrasse.

Recentemente, o presidente deixou claro que não confia em ter qualquer militar à sua volta.

“Agora, por exemplo, eu não tenho ajudante de ordens. Meus ajudantes de ordens são meus companheiros que trabalharam comigo antes. Por que eu não tenho? Eu pego o jornal, está o motorista do Heleno dizendo que vai dizendo que vai me matar e que eu não vou subir a rampa. O outro diz que vai me dar um tiro na cabeça e que eu não vou subir a rampa. Como é que eu vou ter uma pessoa na porta da minha sala que pode me dar um tiro? Então, eu coloquei como meus ajudantes de ordem os companheiros que trabalham comigo desde 2010, todos militares”.

Depois, disse que no dia dos ataques às sedes dos Três Poderes não decretou a Garantia da Lei e da Ordem porque temia um golpe de Estado.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Relatório produzido na transição apontou presença de militares do GSI em atos anti-Lula na porta do QG do Exército no site CNN Brasil.

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