A sustentação da rampa exclusiva para ônibus do Túnel de Taguatinga não depende apenas dos dois grandes paredões sobre os quais ficará apoiada. Entre os muros, cada um com 80 metros de comprimento, 1.570 m³ de pó de pedra vão dar formato à pista que liga o viaduto do BRT à Avenida Elmo Serejo. O aterro já começou a ser feito, e a chuva não tem nem chance de atrapalhar o serviço.
O pó de pedra é mais inerte do que o solo argiloso, frequentemente usado em nivelamentos. Isso quer dizer que, entre outras características, ele não é solúvel. “Quanto mais água esse material recebe, mais compactado ele consegue ser. Tanto que é muito usado para fazer aterros hidráulicos”, explica o engenheiro civil Samuel Teles. “Ou seja, pode chover o quanto for que o pó de pedra não se perde”, conclui.
Para garantir uma compactação ainda mais eficiente, o serviço está sendo executado por etapas. “Espalhamos uma camada de 30 cm de pó de pedra, encharcamos com água e passamos o rolo para compactar”, detalha Samuel. “Vamos repetindo esse processo até que o aterro chegue na cota de subleito.”
“Quanto mais água esse material [o pó de pedra] recebe, mais compactado ele consegue ser. Tanto que é muito usado para fazer aterros hidráulicos”, explica o engenheiro civil Samuel Teles | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília
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Outra vantagem do pó de pedra é que ele não precisa de tratamento. O engenheiro civil José Alfredo conta que fazer um aterro com solo argiloso é como seguir uma receita de bolo. “Se a terra está muito seca, é preciso molhar. Se está muito úmida, é preciso esperar ela secar”, conta. “Testamos em laboratório o ponto de umidade ideal para que o solo seja compactado com perfeição. E reproduzimos essa condição no local da obra”, diz.
Quando se fala em tratamento do solo, o uso do pó de pedra não foi motivado exatamente pela praticidade, mas, sim, pela necessidade. Apesar de ter 714 m², a área que passará por aterro é como um grande corredor: são 9,4 m de largura por 76 m de comprimento. “Os equipamentos usados em uma terraplanagem convencional não conseguiriam sequer manobrar em um espaço tão reduzido”, garante José Alfredo.
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