Um vídeo, divulgado pelo perfil no Instagram Ceilândia Muita Treta, mostra o momento em que o homem atingido por três tiros, disparados por um coronel do Exército após uma briga de trânsito, é socorrido por populares. As imagens flagram os primeiros socorros, antes mesmo de o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegar ao local, um estacionamento público na Praça do DI, em Taguatinga.
O caso ocorreu por volta das 13h desta sexta-feira (6/10) na CNA 4, em Taguatinga.
De acordo com o boletim de ocorrência, registrado na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro), o coronel Jorge Toledo Freitas, 62 anos, contou à polícia que o homem teria o abordado e exigido que ele retirasse o carro da vaga em que havia acabado de estacionar.
Os dois começaram a discutir, até que o homem passou a agredir o militar, com diversos murros na cabeça. Após se desvencilhar do agressor, o coronel sacou a arma e disparou três vezes contra o homem.
Veja o vídeo:
Início da briga
Em depoimento, o coronel do Exército Brasileiro que baleou um homem após uma briga de trânsito no DF disse que foi xingado de “merda” e de “bandido” antes de abrir fogo. De acordo com o militar, a vítima teria iniciado a briga por uma vaga no estacionamento.
Ainda segundo o depoimento de Jorge, por volta de 12h40, ele chegou no local para almoçar com a filha de 9 anos, que estava no carro. Depois de um tempo, ele estacionou em uma vaga que havia sido liberada e desceu do carro com a criança.
Neste momento, segundo ele, um carro encostou e o motorista pediu que ele tirasse o carro da vaga que havia acabado de conseguir. Jorge diz que explicou ao homem que não tinha visto ninguém esperando pela vaga e, por isso havia estacionado, se negando a retirar o veículo do local.
Após a negativa, segundo o militar, o motorista começou a ameaçá-lo dizendo que iria matá-lo. O homem ainda teria xingado o coronel de “bandido e merda” e “ameaçou dizendo que iria quebrar o carro todo, cortar os pneus e que o mataria”.
Coronel reagiu
Com a ameaça, Jorge confessou que voltou ao carro, pegou a arma e mostrou para o motorista dizendo “olha aqui, você não vai me matar”.
Após mostrar a arma, Jorge teria a guardado de novo no carro. À Polícia Civil, o militar afirmou que o homem era “enorme” e media muito mais que ele, que tem 1,75m. Com medo, o coronel retornou ao carro e colocou a arma na cintura. Então, voltou ao restaurante com a filha. Depois de uns 15 minutos, ele e a menina voltaram para o carro.
Quando chegou ao local, o homem que o havia ameaçado estaria trancando o veículo dele com o próprio carro. Neste momento, se iniciaram as agressões. Alterado, o homem teria dado socos e murros na cabeça do militar — fato confirmado por testemunhas que estavam na praça e viram toda a briga.
Segundo Jorge, quando estava quase caindo devido as agressões, conseguiu sacar a arma e realizou três disparos contra o homem, mirando as pernas do alvo. Após derrubá-lo, o coronel afirma que guardou a arma e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Um policial federal que estava na cena auxiliou o baleado e pegou a arma de Jorge. O militar ficou no local aguardando a chegada da Polícia Militar do DF (PMDF) e, depois, foi até a 12ª DP para registro da ocorrência.
Estado de saúde
De acordo com o boletim de ocorrência, o homem que foi baleado está estável. Os tiros não teriam atingido órgãos vitais. Após o ocorrido, ele foi transportado para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e ainda não foi ouvido pela polícia para dar sua versão dos fatos.