Os passageiros afetados pela greve de motoristas e cobradores de ônibus também se queixaram do preço dos aplicativos de transporte nesta segunda-feira (6/11). Entre 7h e 8h30, muitos usuários do transporte público recorreram ao serviço privado como alternativa à paralisação das linhas e encontraram preços até 60% mais caros.
A assistente administrativa Núbia Ribeiro, 35, tentou pedir um carro por aplicativo para o trabalho e disse que o valor está aproximadamente R$ 20 mais caro que o normal.
“Fui tentar pedir um Uber por causa da greve de ônibus, mas está dando R$ 50”, disse Núbia. O trajeto entre Samambaia e o Setor de Indústrias Gráficas (SIG), normalmente daria cerca de R$ 30.
Felipe Bueno também reclamou do preço no aplicativo de viagem. “Nada como uma greve para parar tudo e deixar o aplicativo cobrar R$ 35 em um percurso de 7 km.”
Entre as reclamações dos passageiros, além do valor alto cobrado pelos aplicativos de viagem, os usuários reclamam ainda de ter que esperar muito pela corrida.
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Hugo Barreto/Metrópoles
Ponto de ônibus Taguatinga na greve
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Passageiros enfrentam filas no metrô
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Transporte pirata
No Centro de Ceilândia, em frente à Feira Central da região administrativa, as paradas de ônibus amanheceram bem cheias. Por volta das 7h40, cerca de 60 pessoas aguardavam transporte público no local.
Quem precisa se deslocar para outras regiões recorrem às vans, carros e ônibus piratas. O valor cobrado pela passagem é o mesmo dos ônibus do transporte público do DF.
A vendedora Cristina Almeida, 55, mora no centro de Ceilândia e precisava ir até Taguatinga, nesta manhã. Ela aguardava há mais de 50 minutos na parada quando desistiu de fazer o trajeto.
“Tinha um compromisso às 8h. Como não chegarei a tempo, não irei mais. O jeito vai ser retornar para casa e remarcar o que eu tinha para fazer hoje. Não quero enfrentar o transporte pirata”, comentou Cristina.
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Greve decretada no domingo
A decisão dos rodoviários foi tomada durante assembleia nesse domingo (5/11). Os trabalhadores reivindicam, desde agosto, um acordo coletivo com as empresas de transporte público para conseguir um reajuste salarial, com ganhos acima da inflação. A Justiça, porém, suspendeu o movimento.
A decisão do presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), desembargador Alexandre Nery de Oliveira, avalia que a categoria “avançou em aparente abuso do direito de greve” por não ter informado sobre a greve aos usuários do transporte coletivo em tempo hábil.
Ainda foi estipulada uma multa de R$ 10 mil por hora de descumprimento, “sem prejuízo de eventual agravamento, em caso de recalcitrância”.