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Ataque hacker com fotos de suruba interrompe palestra on-line da UnB 

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

Um ataque hacker com ofensas misóginas e vídeos pornográficos interrompeu uma palestra on-line na Universidade de Brasília (UnB). Ao iniciar a apresentação “Road Movies em uma perspectiva de gênero”, cerca de 30 pessoas entraram ao mesmo tempo e teriam começado a falar frases desconexas pelo microfone, que não permitia ser desligado pelos hackers. Eles também teriam escrito ofensas pelo chat e reproduzido imagens pornográficas na plataforma.

A ação foi vista como violenta e agressiva pela professora Rose May Carneiro, que organizou a palestra. Ela registrou ocorrência on-line contra os suspeitos. A palestra que estava marcada para 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, foi prontamente encerrada.

De acordo com o boletim de ocorrência, a palestra foi anunciada pelas redes sociais, com a divulgação do link para quem tivesse interesse em assistir e contribuir. A denúncia apontou que a maioria dos invasores entrara com nomes de mulheres e proferiram frases como “sou lésbica, mas tenho dois filhos”, “tenho muito orgulho de ser Trans” e “essa moça é gorda porque engoliu a Rose”.

A professora diz que a invasão hacker tinha o objetivo de calar a palestra. “Eu pesquiso essa questão dos filmes de estrada, das mulheres que são protagonistas dos filmes de estrada, e falo muito sobre a questão da liberdade, da mobilidade, da gente poder transitar em todos os espaços, porque isso é uma questão política também, não é só de linguagem do cinema, é uma questão de vivência, de civilidade, de cidadania”, declarou a professora.

“Então acho importante reforçar isso e dizer que essas pessoas de algum modo tentaram nos calar, mas a ciência, pesquisa e a educação têm muito mais força do que ataque desses ratos, digo, hackers”.

O Grupo de Pesquisa Gênero, Comunicação e Sociabilidade (Gecoms) que era responsável pela exibição do filme repudiou as ações dos hackers.

“Iniciativas de promoção da igualdade de gênero são sistematicamente atacados por grupos que utilizam as redes sociais para calar vozes dissidentes, desestruturar debates construtivos e boicotar avanços em prol da justiça social e igualdade de gênero”, destacou a publicação.

O grupo reforçou a importância de um ambiente seguro on-line em que esses ataques não aconteçam. “Não nos calaremos. Continuaremos a lutar por um mundo onde todas as vozes possam ser ouvidas, respeitadas e valorizadas, independentemente de gênero, orientação sexual, cor ou corpo”.

O Metrópoles entrou em contato com a UnB e aguarda resposta.

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