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A GALINHA DOS OVOS DE OURO

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

Maurílio Silva*

Os altos salários/rendimentos de uns tantos pastores brasileiros têm sido um tema de crescente debate e análise. Esse assunto suscita diferentes pontos de vista, tanto entre os fiéis quanto entre os críticos das práticas financeiras de algumas igrejas evangélicas.

Circula pela internet mais de um vídeo a respeito, por exemplo, do valor salomônico, dos salários de alguns ministros da fé no estado de Pernambuco. Num país onde o salário mínimo vigente pouco passa de mil reais, tem liderança cristã no nordeste brasileiro recebendo astronômicos salários da ordem de 200 mil reais.

E não se trata de acontecimentos apenas no nordeste brasileiro, infelizmente. Além disso, diretamente ainda recebem, carro (com combustível – óbvio – e muitas das vezes com motorista), plano de saúde, moradia, viagens, inclusive para o exterior…. haja dinheiro.

CONTEXTO HISTÓRICO E RELIGIOSO

A Assembleia de Deus é uma das maiores denominações evangélicas no Brasil, com uma presença significativa em Pernambuco. Fundada no início do século XX, a denominação cresceu rapidamente, tornando-se uma das principais forças do movimento pentecostal no país. Os pastores desempenham um papel central na organização, sendo responsáveis pela liderança espiritual, administrativa e muitas vezes financeira das igrejas.

SALÁRIOS ELEVADOS

Em Pernambuco, assim como em outras regiões do Brasil, tem-se observado que alguns pastores assembleianos recebem salários que são considerados elevados (em qualquer parte do mundo), especialmente quando comparados à m´dia salarial do estado. Esse fenômeno é mais comum em igrejas maiores, que contam com um grande número de fiéis e, consequentemente, com receitas mais substanciais provenientes de dízimos e ofertas.

ARGUMENTOS A FAVOR

Os defensores dos altos salários dos pastores argumentam que esses líderes dedicam suas vidas à igreja (Não tanto quanto Jesus Cristo se dedicou), muitas vezes trabalhando longas horas, oferecendo apoio espiritual e emocional, além de gerirem grandes organizações que demandam habilidades administrativas e de liderança. Eles sustentam que, assim como executivos de grandes empresas, os pastores também merecem ser bem remunerados pelo trabalham que realizam.

CRÍTICAS E CONTROVÉRSIAS

Por outro lado, as críticas se concentram na discrepância entre os altos salários dos pastores e a realidade econômica de muitos membros da igreja. Em um Estado onde a desigualdade social e a pobreza ainda são desafios significativos, os altos salários podem ser vistos como uma forma de desvio dos recursos (o que de fato é) que poderiam ser utilizados para ações social e comunitárias. Ações que poderiam, e deveriam ser iniciadas de dentro prá fora, ou seja: apoio prático e constante à todos aqueles aposentados/idosos que precisam se medicar diária e continuamente.

A igreja em um de seus importantíssimos papeis a serem desempenhados tem realmente, tem verdadeiramente cuidado financeiramente dos seus membros menos favorecidos de recursos financeiros?? Nos vídeos que estão sendo vinculados nas redes sociais, inclusive há orientação da liderança em literalmente “atacar” os idosos aposentados da igreja, cobrando dízimos e pedindo-lhes as ofertas. Além disso, há preocupações sobre a falta de transparência e prestação de contas em relação às finanças das igrejas.

IMPACTO NA COMUNIDADE

O impacto dos altos salários dos pastores na comunidade assembleiana de Pernambuco é multifacetado.. Por um lado, pode-se observar uma congregação dedicada, que vê no seu pastor uma figura de liderança e exemplo. Por outro viés,, há um crescente e legítimo questionamento sobre a real necessidade de tais remunerações e sobre como os recursos da igreja são geridos.

A discussão sobre os altos salários dos pastores assembleianos em Pernambuco reflete um debate mais amplo sobre a gestão financeira das igrejas e a responsabilidade dos líderes religiosos. É fundamental que haja um equilíbrio entre a justa remuneração pelo trabalho realizado e a missão social e espiritual das igrejas. “A RELIGIÃO QUE DEUS, O NOSSO PAI, ACEITA COMO PURA E IMACULADA É ESTA: CUIDAR DOS ÓRFÃOS E DAS VIÚVAS EM SUAS DIFICULDADES E NÃO DEIXAR SE CORROMPER PELO MUNDO”. Tiago 1:27 – A transparência e a prestação de contas são essenciais para manter a confiança dos fiéis e garantir que os recursos sejam utilizados de maneira ética e eficaz.

As exceções existem de fato; são raras as exceções em relação ao bom senso da remuneração dos líderes religiosos. Assim como, apesar dos vídeos retratarem uma situação pernambucana, os absurdos salariais não se concentram ou se restringem exclusivamente ao Estado de Pernambuco. Essa vexatória situação é brasileira; a situação acontece em todo o território nacional.

É hora de muitos religiosos que “apelam”  na hora de pedirem os dízimos, não apertarem demasiadamente a corda no pescoço do fiel, não os “sugarem” demasiadamente; caso contrário,  essas lideranças (com raríssimas exceções), estarão dando um “tiro no pé”; vão acabar matando de fome a “galinha dos ovos de ouro” – O FIEL DIZIMISTA.

Essa questão continuará a ser relevante à medida que a sociedade evolui e os membros das igrejas se tornam mais conscientes e exigentes em relação à administração dos recursos religiosos.

É preciso lembrar ainda que a igreja primitiva não tinha dinheiro, mas tinha Deus. Atualmente, muitas igrejas tem muito dinheiro mas não tem nada Deus.

 

*Maurílio Silva é pastor, escritor, ex-deputado e conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Distrito Federal

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