A expansão das ciclovias e calçadas no Guará representa um avanço significativo na infraestrutura urbana, promovendo a saúde e a integração social dos moradores. A presença desses espaços tem sido benéfica, proporcionando opções de lazer e exercícios físicos, além de contribuir para a melhoria da qualidade de vida. No entanto, desafios persistem, como problemas de manutenção, falta de sinalização e o uso inadequado das ciclovias por motoqueiros e de ciclistas na pista de caminhada. Para maximizar os benefícios desses investimentos, é essencial que a administração pública tome medidas eficazes para resolver essas questões e garantir que os espaços sejam seguros e acessíveis para todos. A voz dos moradores, com suas experiências e preocupações, destaca a necessidade de uma abordagem contínua e atenta à manutenção e ao gerenciamento desses espaços.
E o Guará é bem servido desses espaços, pelo menos no calçadão do Guará II, às margens da via contorno, principalmente após a reconstrução da pista de pedestres e a construção da ciclovia, a partir de 2013. Antes das duas pistas, caminhantes e ciclistas disputavam o mesmo espaço, pior, em alguns trechos tropeçavam nas pedras portuguesas soltas.
De acordo com a Secretaria de Mobilidade, Guará ocupa a 12ª posição em quantidade de extensão de ciclovias no Distrito Federal, com 24,15 quilômetros lineares, o que provocou o aumento da quantidade de usuários do calçadão. Melhorou bastante, mas nem tudo são flores. Usuários reclamam de desníveis no pavimento em alguns trechos, principalmente do lado par (entre as QEs 30 e 34), falta de sinalização e de manutenção adequada, além de uso indevido de motoboys e motoqueiros no espaço que deveria ser usado apenas por praticantes de caminhada e ciclistas.
Para Lucineia Dias, 38 anos, que faz caminhada há mais de dez anos no calçadão, as melhores da reforma foram significativas.
Já Wilson Ferreira Gomes, 57 anos, não poupa críticas à falta de manutenção da orla do Guará II. Morador da QE 32 desde 1974, ele conta que já fez plantio de árvores frutíferas em frente à sua casa e que ele mesmo é que tem que cuidar do que plantou, porque não vê serviços de manutenção por parte do governo.
Manutenção da saúde e socialização
Por conta de uma imprudência no trânsito há mais de 15 anos, Fernando Rocha foi atropelado na faixa de pedestre em frente à Academia Água Vida. Mesmo diante de toda dificuldade que teve que enfrentar por conta das sequelas do atropelamento, o morador da QE 30 enaltece a importância do calçadão e da ciclovia do Guará II para sua recuperação.
A socialização é outro ganho, de acordo com os usuários do calçadão. “Faço caminhada aqui há muitos anos. Sou do Maranhão e desde que cheguei em Brasília em 2010 sempre que posso faço uma caminhada ou uma boa corrida e uso alguns aparelhos para me alongar à noite”, conta Luciane Lopes, 34 anos, que também reclama dos ciclistas que não se limitam ao espaço que lhes foram delimitados. “Muitas vezes não respeitam a via do pedestre e sempre tenho que estar atenta para não ser atropelada por eles. Mas, fora isso, dá para caminhar tranquilamente por toda via em qualquer horário, e ainda com uma bela vista da paisagem verde.”
Assim como Luciane, o estudante Arthur Fellipe, 25 anos, portador de anemia falciforme, começou a caminhar há quase um ano pelo calçadão como um reforço para sua saúde.
Para André Cortês, 47 anos, morador QE 12, é importante os espaços distintos para pedestres e ciclistas, tantos as pessoas quantos os animais. “Faço o trajeto todos os dias entre a quadra onde moro e a QE 32 há mais de 20 anos. Inicialmente, por questões de saúde, mas, com um cachorro desse porte e morando em apartamento, ele também precisa se exercitar para não ficar estressado e poder gastar toda a energia”, diz ele, acompanhado do seu cachorro da raça bull terrier.
O post CALÇADÃO AMPLIADO E MELHORADO, MAS FALTA MANUTENÇÃO apareceu primeiro em Jornal do Guará.