Conhecido como um dos maiores fornecedores de cocaína que abastece vários traficantes de Samambaia, Francisco Macedônio de Oliveira Gomes, 50 anos, conhecido como “Bodão”, teria feito fortuna com o tráfico de drogas ao longo dos últimos 20 anos. Investigações conduzidas pela 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia) apontam que o criminoso, preso na Operação Caprae, teria cerca de R$ 1 milhão espalhados em uma série de contas correntes.
O criminoso costumava usar contas bancárias em nome de laranjas para movimentar grandes quantias amealhadas com a venda de cocaína para traficantes menores que atuam em Samambaia. Quando foi preso, Bodão estava em poder de alguns veículos zero quilômetro. Essa era uma das formas mais utilizada por ele para lavar o dinheiro do tráfico.
Os investigadores também conseguiram apreender, durante o cumprimento de mandado de busca na casa do criminoso, uma espécie de proposta de compra de uma fazenda de 54 alqueires, que serviria como contrato de gaveta. A mulher do traficante, Maria da Conceição Alves Rocha, 44 anos, também foi presa na mesma operação que o companheiro.
Veja imagens da proposta de compra de uma fazenda feita pelo traficante:
Arma como pagamento
Na proposta para a aquisição de uma fazenda, em Tocantins, o traficante expõe a forma de pagamento, dando entrada de R$ 50 mil, além de parcelas intermediarias. Até uma arma de fogo foi utilizada como parte de pagamento da propriedade. A fazenda deveria ficar em nome de uma terceira pessoa, uma mulher, escolhida por ele.
Apesar de todo patrimônio construído por meio de lucros obtidos com o tráfico de drogas, Bodão é casado com uma mulher que embolsou cerca de R$ 85 mil, nos últimos 10 anos, com os mais diferentes auxílios pagos pela União. De acordo com o Portal da Transparência do governo federal, Maria da Conceição recebeu R$ 23.260 apenas de Bolsa Família, na última década.
A traficante ainda embolsou outros R$ 51 mil por meio do benefício de Prestação Continuada. Curiosamente, o benefício é concedido por meio do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) à pessoas com deficiência e idosos com 65 anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria subsistência ou de tê-la provida por sua família. O que não é o caso de Maria.
A investigação
As investigações apontaram que o grupo criminoso da qual Maria da Conceição fazia parte, além de abastecer traficantes menores que atuam no local, comercializava drogas na quadra QR 603, em uma espécie de drive thru. Os usuários compareciam no local, especialmente em veículos, se aproximavam de um portão, pegavam a droga e pagavam o entorpecente.
Durante as diligências, constatou-se que o principal fornecedor de drogas do grupo criminoso era Bodão, morador de Taguatinga.
As buscas foram realizadas nas regiões administrativas de Samambaia e Taguatinga. Os envolvidos irão responder por tráfico de drogas e associação para o tráfico podendo pegar entre 8 e 15 anos de prisão