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Polícia faz megaoperação para brecar avanço do PCC em Brasília

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou megaoperação, nas primeiras horas desta sexta-feira (20/8), para desmantelar um dos setores vitais que compõem a estrutura da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Alguns faccionados da chamada “Disciplina”, área responsável por recrutar e batizar novos membros, são alvos da terceira fase da Operação Saturação, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco/Decor).

A ação cumpre 90 mandados judiciais, sendo 47 de prisão temporária e outros 43 de busca e apreensão. Parte dos 342 policiais, incluindo delegados, agentes de polícia e policiais penais, buscam provas em celas de quase todas as unidades prisionais do Complexo Penitenciário da Papuda. Os mandados são cumpridos no Centro de Detenção Provisória (CDP), Presídios do Distrito Federal I, II e IV (PDF I, II e IV), Centro de Internamento e Reeducação (CIR) e Presídio Feminino (PFDF).

Outros mandados foram cumpridos em endereços residenciais de faccionados. As ações se estenderam pelas regiões de Planaltina, Riacho Fundo II, São Sebastião, Guará, Sobradinho I, Sobradinho II, Recanto das Emas, Ceilândia, Itapoã, Cidade Estrutural, além de Águas Lindas, Novo Gama e Luziânia, no Entorno do DF. A ação também ocorre em Mogi das Cruzes, em São Paulo.

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Células

Perfilar soldados do crime, aniquilar rivais e dominar territórios no Distrito Federal e nos pavilhões de presídios que integram a Papuda sempre foi um dos maiores desejos do PCC. No entanto, o forte trabalho de inteligência e as operações desencadeadas pelas forças de segurança no DF evitam que as as células da organização cresçam, se estruturem e se espalhem.

Uma onda de batismos promovida pelo PCC para amealhar seguidores tanto intramuros quanto nas regiões administrativas tem um objetivo claro: aumentar seus tentáculos e, ao mesmo tempo, exterminar os rivais. Os faccionados responsáveis por isso são os chamados “disciplinas”. Os criminosos representam o músculo robusto que mantém coeso o “conglomerado” do PCC.

As investigações revelaram que os integrantes da organização criminosa estavam envolvidos em atividades ilícitas como tráfico de drogas, crimes patrimoniais e crimes violentos, além do recrutamento de novos membros com o objetivo de fortalecer a estrutura da organização e expandir suas operações na capital federal.

Contenção

O combate da PCDF contra a instalação do PCC em Brasília ocorre desde 2014 para evitar o avanço e o estabelecimento das células criminosas. “As ações investigativas visam à desarticulação de suas atividades ilícitas e a neutralização de membros que desempenham funções-chave, com o propósito de desmantelar completamente suas estruturas na região”, aponta um dos investigadores.

A operação contou com o apoio do Núcleo de Fiscalização do Sistema Penitenciário do Ministério Público do Distrito Federal (Nupri/MPDFT) e com o suporte operacional da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape), e de outras unidades da Polícia Civil vinculadas ao Departamento de Atividades Especiais (Depate) e do Departamento de Polícia Especializada (DPE).

Os investigados poderão responder pelos crimes previstos na Lei 12.850/2013, que trata da promoção, constituição, financiamento ou integração em organização criminosa. As penas podem ser agravadas, podendo superar os 13 anos de reclusão.

 

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