Cláudio da Silva Rosa e Wilker da Silva Rosa, pai e filho, foram condenados por feminicídio e ocultação de cadáver. As penas foram fixadas, respectivamente, em 18 anos e 11 meses de reclusão e 1 ano de reclusão. Eles são responsáveis pela morte de Franciele da Silva Moreira, 22 anos, em 2016.
A sentença foi emitida Tribunal do Júri de Brazlândia na última terça-feira (27/8). Antes disso, em 2022, ambos já haviam sido julgados e condenados pelos mesmos crimes. No entanto, o julgamento foi anulado em razão de problemas técnicos que impossibilitaram a gravação dos depoimentos em plenário.
Franciele, à época companheira de Cláudio, foi sequestrada, assassinada e enterrada pela dupla. Inicialmente, o caso foi classificado como desaparecimento, mas logo em seguida policiais descobriram que se tratava de um feminicídio.
Segundo a Policia Civil do Distrito Federal (PCDF), o corpo da jovem ficou desaparecido por dois anos. Os restos mortais só foram encontrados em 2018. Ela e Cláudio haviam se relacionado por quatro anos e, na época dos crimes, estavam separados.
O homem a atraiu para o local com a promessa de ajudá-la a pagar uma dívida. Quando chegou à chácara, ela foi amarrada e enforcada. Wilker auxiliou o pai a colocar o corpo da vítima em um carro e a enterrá-lo às margens da Rodovia DF-001.
Os jurados reconheceram as qualificadoras apontadas pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) contra Cláudio: motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Ele também foi condenado por ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Wilker foi considerado culpado pelo crime de ocultação de cadáver.
Relembre o caso
Segundo o MPDFT, o crime ocorreu em 4 de dezembro de 2016, entre as 17h e as 19h, em uma chácara próxima à Rota Sertaneja, no Setor Bucanhão, às margens da BR-080, em Brazlândia. De acordo com a investigação, o acusado atraiu a vítima prometendo ajuda para o pagamento de uma dívida. Lá, a amarrou e a esganou.
Pai e filho, então, teriam colocaram o corpo de Franciele no interior de um veículo e o enterrado às margens da DF-001. Segundo apuração, Cláudio nutria um ciúme doentio por Franciele, que havia rompido o relacionamento. No dia do encontro, a mulher também pretendia colocar um fim definitivo no namoro.
Antes do crime, de acordo com os investigadores, Cláudio teria feito ameaças contra Franciele. As investigações apontam que o homem havia premeditado o crime usando, inclusive, telefones celulares com linhas compradas em nome de terceiros.
Segundo a apuração policial, o filho Wilker teria aceitado participar do crime porque tinha raiva da vítima por ela ter sido o pivô da separação dos pais.