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Nova praça no centro do Guará II divide opiniões

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

A Administração Regional do Guará e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) estão finalizando a análise das contribuições da comunidade sobre o projeto de uma praça modelo no Centro Comunal I, no Guará II. A consulta pública, que terminou no dia 6 de setembro, visou evitar problemas como os enfrentados durante a implantação da ciclofaixa, quando os moradores reclamaram da falta de diálogo e transparência.
O projeto prevê a criação de uma praça no espaço entre as QIs 23 e 25, ao lado do Cras (Centro de Referência de Assistência Social), da Galeria da Casa Brasileira e da 4ª Delegacia de Polícia. A iniciativa faz parte de uma compensação urbanística, fruto de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2008, relacionado ao Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) de grandes edifícios residenciais construídos na orla do Guará II.

Moradora da QI 23, Marlene Dias Silva, 62 anos, considera a construção de uma praça mais moderna é mais um motivo para ela fazer suas caminhadas matinais. “Eu moro aqui do lado e gosto de fazer caminhada todas as manhã nas proximidades, Vai ficar muito lindo e eu vou aproveitar bastante, ainda mais com se tiver horta comunitária”
Para o Joaquim Donato, morador da QI 23 , a construção da praça é interessante, mas questiona alguns pontos:” Se for assim como estão dizendo, vai ser bom, mas por que não fizeram uma audiência pública para consultar a população antes?
Eu sou a favor de construir alguma coisa ao invés de ficar isso aí tudo descampado, mas antigamente sempre consultavam a população antes, queriam a nossa opinião
Será que vão aumentar as rondas da polícia? Porque vai ter muita gente desocupada fazendo o que não deve nessa praça que querem construir, assim como fazem nas outras que tem por todo Guará. Basta andar um pouco para ver, e fazem a qualquer hora do dia. Mas sou a favor que o Guará fique cada vez mais bonito”.
Já para Carlos Bonifácio, que é morador do Guará desde 1969, “a Administração Regional deveria se preocupar mais em revitalizar as praças já existentes por todo Guará do que pensar em construir mais uma. Sou a favor de tudo que é para benefício da população, mas por que não focar em renovar essas praças e quadras que estão todas largadas? Fazer mais uma praça só pra gastar dinheiro e depois deixar tudo largado, aí não dá”.
Julia Viana Guedes, moradora da QI 23, enxerga a construção de uma nova praça, mais moderna e ainda com uma horta comunitária como algo positivo, masn faz algumas ressalvas: “Eu sou a favor de construir nesse espaço descampado, vai ser bem aproveitado, só acho que é preocupante na parte em que pessoas podem usar o espaço para se reunir, para usar drogas, como a gente vê por quase toda praça do Guará. É importante que, junto com a construção, haja também um programa do aumento da ostensiva da polícia, para dar mais segurança tanto para os moradores quanto para os frequentadores. Se for dessa forma , eu acredito que a população vai apoiar essa construção”.

Durante a exposição do projeto, realizada na sede da Administração do Guará, os moradores puderam enviar sugestões, críticas e questionamentos por meio de um formulário próprio. Agora, a Administração Regional está finalizando o relatório com as manifestações, que será encaminhado à Seduh para avaliação técnica. O assessor especial da Divisão de Licenciamento do Guará, Daniel Reis, garantiu que todas as contribuições serão respondidas, incluindo aquelas que não forem incorporadas ao projeto, por motivos técnicos.
O debate sobre a praça gerou grande repercussão nas redes sociais da cidade, com muitos moradores questionando a construção de uma nova praça enquanto outras existentes carecem de manutenção. O administrador regional, Artur Nogueira, esclarece que os recursos destinados ao projeto são exclusivos para essa obra, em decorrência do TAC, e não podem ser redirecionados para outras áreas. Ele ainda ressalta que, caso a comunidade rejeite o projeto, a compensação urbanística será perdida, sem possibilidade de transferência para outro projeto ou local.
O projeto da praça modelo prevê a instalação de iluminação moderna, maior acessibilidade e novos equipamentos públicos, como uma horta comunitária, com um investimento estimado em cerca de R$ 3 milhões. A expectativa agora é pelo anúncio dos resultados da consulta pública, que deve acontecer em breve.

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