Amigos e família se despediram na tarde desta quarta-feira (2/10) de Paloma Jenifer Santos Ferreira, a 15ª vítima de feminicídio do Distrito Federal. Velório e sepultamento ocorreram no Cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga.
Paloma foi morta em 30 de setembro, aos 26 anos, com um tiro no peito, disparado pelo namorado Franco William de Lima Macedo, 32. Franco e Paloma eram namorados, e tinham uma filha de 4 anos. A menina estava na escola no momento em que Paloma foi assassinada.
Edison Mendes, 64, tio-avô de Paloma, expressou o desejo de justiça da família. “Um sujeito inescrupuloso como esse não era para estar na rua cometendo crimes”, disse, se referindo ao fato de que Franco estava cumprindo pena em regime aberto quanto matou Paloma, devido a um roubo com arma de fogo, ocorrido em junho de 2023.
“A gente espera que ele seja condenado e que ele pegue pena máxima, mas que ela seja de fato cumprida. E se tem algo que dá para tirar dessa história é de que as pessoas tentem se relacionar com pessoas melhores e que escutem a família”, lamentou o tio-avô.
Suspeita de traição
Nessa terça-feira (1°/10), o Metrópoles conversou com uma prima de Paloma que afirmou que a vítima havia descoberto uma traição do companheiro, e que teria ido na casa dele momentos antes do crime para tirar satisfações.
Durante a cerimônia desta quarta-feira (2/10), familiares, que preferiram não se identificar, negaram essa hipótese.
“[Franco, responsável pelo crime de feminicídio] vai pode criar a história que ele quiser, mas a verdade é que eles não estavam mais juntos e que essa história de traição é mentira”.
O assassino teria disparado contra o peito de Paloma. Após cometer o crime, o feminicida foi até a cada do pai, que mora ao lado de onde o crime aconteceu, e contou que havia acabado de fazer “uma besteira”.
Franco colocou a arma de fogo usada para matar a namorada em um saco plástico e deixou dentro de um pneu, na oficina de um amigo. Ele então fugiu para a casa de amigos, que o receberam sem saber que ele havia matado a companheira.
Ao notar a presença de policiais na região, Franco tentou fugir pela janela. Ele, no entanto, fraturou o pulso ao cair contra o chão e precisou ser internado no Hospital Regional de Taguatinga (HRT).
Após ser preso, ele foi interrogado e alegou que o disparo teria sido acidental. Depois, confrontado por imagens de câmeras de segurança que flagraram uma aparente discussão entre os dois, decidiu que não daria mais declarações.
Segundo o delegado-chefe da 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires), Franco estava cumprindo uma pena em regime aberto devido a um roubo com arma de fogo, ocorrido em junho de 2023.
O suspeito também tinha 17 papelotes de cocaína, já embalados para a venda, guardados no apartamento onde ocorreu o crime. Por essa razão, além de feminicídio, ele responderá pelo crime de tráfico de drogas.