O título da reportagem pode deixar boa parte dos leitores curiosa e sem entender o que a capoeira tem a ver com uma competição. Mas, diferente do que muita gente pensa, a capoeira não é apenas uma manifestação cultural de exibição, como estamos acostumados a ver em feiras, eventos e espaços públicos. Também tem seu lado competição, inclusive com direito a contato físico, como luta mesmo, como os campeonatos regionais e mundial da modalidade, organizado pela federação Volta ao Mundo Bambas.
Nessa modalidade, o guaraense Gláucio Hernan Vieira, conhecido como “Gláucio Flash”, 36 anos, é um dos destaques. Depois de ter conquistado o campeonato intercontinental em agosto, o VMB7 (Volta ao Mundo Bambas), no ginásio da AABB em Brasília, en agosto, ele vai medir forças com o campeão do VMB4, o mato-grossense Wandré Caputino, no dia 12 de outubro (sábado) em Brasília, no Arena Hall. Os ingressos são gratuitos, mas já foram resgatados mais de 5 mil.
A oitava edição do Volta do Mundo Bambas terá uma premiação inédita de R$ 100 mil para os atletas. O VMB é a maior competição de capoeira em alta performance do mundo, ao colocar atletas frente a frente como representantes de diferentes estados e países em busca do cinturão oficial da capoeira. De acordo com os organizadores, esta será a maior edição do VMB já realiada.
Como é a competição
A competição na capoeira é realizada em quatro etapas, analisadas por oito jurados, cada um avaliando uma performance diferente, como ritmo, harmonia, cadência, criatividade, objetividade e volume de jogo. As etapas são o Jogo Solo, com apresentação individual para acrobacia, floreio e golpes; o Jogo São Bento Grande de Angola, apresentado por duas duplas, num ritmo mais lento, com contato; o Jogo Iuna, de dupla, sem contato, mais floreio e acrobacia; e o Jogo São Bento Grande Regional, com contato, e mais rápido.
Praticante há 26 anos
Gláucio Hernan começou a praticar capoeira em 1998, no Cruzeiro, mas logo depois se integrou ao grupo N´Golo, do Mestre Dionísio, no Guará. Depois de seis anos lá, ajudou a fundar o grupo Aruanda Capoeira, comandado pelo Mestre Hígor, também na cidade, que treina todos os dias na Arena Guará, onde funcionava o antigo ginásio coberto do Colégio Maxwell, na QI 11. O grupo é formado por cerca de 60 praticantes, mas, de acordo com Gláucio, é aberto a qualquer pessoa que queira aprender ou praticar a arte da capoeira. “Basta ir lá, se informar e ter o grau avaliado para o caso de quem já pratica. Temos uma sala na própria arena, onde podem ser buscadas as informações”, informa Gláucio.
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