A implementação de um Núcleo Interno de Regulação (NIR) no Hospital de Base reduziu em cerca de 60% o número de pacientes em internação prolongada. A medida é importante para otimizar os recursos hospitalares e oferecer a cada paciente o tratamento adequado no local mais apropriado. Além disso, garante que a unidade consiga receber casos graves e complexos de forma contínua.
Segundo o superintendente do Hospital de Base, Guilherme Porfírio, a estruturação do núcleo vem sendo feita há dois anos a partir da constatação de que muitos pacientes permaneciam internados na unidade com alternativas disponíveis no sistema. “Esse núcleo vem para garantir que tenhamos um giro de leitos mais eficiente e, consequentemente, um atendimento melhor a quem precisa”, disse Guilherme.
Uma vez identificado um paciente com internação prolongada, com tratamento superior a 30 dias, as equipes multidisciplinares do hospital fazem uma avaliação criteriosa sobre a possibilidade de alta ou de transferência para hospitais regionais ou abrigos. São levados em conta, além dos critérios clínicos, fatores sociais e logísticos para decidir os próximos passos.
“Nós mantemos contato para garantir a disponibilidade de vagas e a transferência segura desses pacientes”, explica Taciana Sepúlveda, responsável pelo setor. Segundo a médica, a liberação de leitos em casos em que o paciente já não mais necessita de internação ou que pode dar continuidade em outro local é fundamental para que o Base consiga absorver mais pacientes em início de tratamento ou com casos em que a unidade é referência. “Em conjunto com a gestão de leitos do HBDF, pensamos na otimização da ocupação e garantimos a disponibilidade de leitos para novos pacientes”, afirma.
Acompanhamento
Uma vez identificado um paciente com internação prolongada, com tratamento superior a 30 dias, as equipes multidisciplinares do hospital fazem uma avaliação criteriosa sobre a possibilidade de alta ou de transferência para hospitais regionais ou abrigos
Uma das preocupações dos profissionais do núcleo é garantir segurança para os pacientes na hora da mudança da unidade ou da alta hospitalar. Cada um recebe um acompanhamento personalizado e orientações, visando esclarecer dúvidas, direcionar a continuidade do tratamento e garantir o cumprimento do plano terapêutico estabelecido pelos médicos. “Há muita resistência de alguns deles, pois acreditam que precisam ficar internados no Hospital de Base durante toda a sua jornada. Mas com muita conversa e negociação, conseguimos convencê-los que o período de internação no Hospital de Base se dá somente enquanto for necessário algum auxílio da alta complexidade, e passado esse período, o paciente necessita dar seguimento em outra unidade de saúde de complexidade menor”, complementa Taciana Sepúlveda.
O modelo adotado nos últimos meses ainda enfrenta desafios, principalmente a falta de vagas em abrigos para pacientes sem família e a complexidade de alguns casos clínicos. No entanto, a boa experiência do núcleo na liberação de leitos é importante para que o programa possa ser ampliado e replicado em outras unidades hospitalares da rede pública do DF. “A expectativa é que o NIR se torne um modelo de referência para outros hospitais, contribuindo para a melhoria da qualidade do atendimento e para a otimização dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS)”, conclui Taciana.
*Com informações do IgesDF