A sala de exibições do Cine Brasília passa a receber o nome do cineasta Vladimir Carvalho a partir desta quarta-feira (6/11). A decisão, assinada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta manhã.
Um dos nomes mais importantes do cinema nacional, Vladimir morreu no dia 24 de outubro, aos 89 anos, em Brasília. O artista sofria de problemas nos rins e sofreu um infarto.
O novo decreto prevê a homenagem em reconhecimento ao cineasta pela “contribuição para a cinematografia nacional e pela valorização da cultura brasileira”.
Agora, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec) deve providenciar a sinalização necessária para identificação da “Sala de Cinema Vladimir Carvalho” e tomar as medidas cabíveis para a divulgação do local.
Cineasta Vladimir Carvalho
Natural da Paraíba, Vladimir Carvalho se destacou pela produção de documentários enraizados na história e realidade brasileira.
Entre as obras mais importantes do cineasta, estão O País de São Saruê (1971), uma análise sobre a seca e a vida dos trabalhadores rurais nordestinos, e Conterrâneos Velhos de Guerra (1991), que retrata o impacto da construção de Brasília sobre os candangos – trabalhadores que ergueram a nova capital.
Ele também assina O Evangelho Segundo Teotôni, Barra 68 e Engenho de Zé Lins. Uma das obras mais recentes, o documentário Rock Brasília – Era de Ouro (2011), relembrava o sucesso desse gênero musical na capital do Brasil.
Professor de uma geração
Vladimir Carvalho também foi um dos fundadores do curso de cinema da Universidade de Brasília (UnB). Ele chegou ao centro de ensino em 1969, a convite de Fernando Duarte.
Como acadêmico e docente, Vladimir encarou o desafio de ensinar cinema durante a ditadura militar, viu o curso ser fechado pela repressão e viveu o período da redemocratização.
Em 2012, Vladimir ganhou o título de professor emérito da UnB. No momento do reconhecimento, ele comemorou a conquista.
“O tempo passou num piscar de olhos, como nos filmes de cinema, e aqui estamos nós neste continuado esforço de refundação da UnB. Eu me rejubilo e saio daqui todo me achando e comungando com o velho Camões: ‘Estou em paz com minha guerra’”, falou.