A iniciativa foi idealizada em 2023 pelo professor Gabriel Flausino e transforma as regiões administrativas em vilas e cidades mágicas, onde os estudantes, encenados por personagens, precisam resolver desafios que estimulam raciocínio lógico e trabalho em equipe.
“O jogo gira em torno de missões, que precisam ser solucionadas com base em filosofia, história e geografia. Além de desenvolvermos esses conteúdos, conseguimos trazer outras habilidades para os alunos. Eles aprendem a trabalhar em equipe e a se comunicar melhor, por exemplo”, esclareceu o professor Gabriel Flausino.
Durante a partida, os alunos criam personagens, enfrentam dilemas éticos e resolvem problemas que complementam aos conteúdos repassados dentro de sala de aula, tornando o ensino lúdico e prático. Para quem joga RPG há anos, participar do projeto Distrito dos Dragões tem tornado o aprendizado cada vez mais eficiente, como é o caso do estudante Marcelo Herbert, de 17 anos.
“Eu jogo RPG há mais de dois anos e já é minha segunda vez participando desse projeto do professor Gabriel. Eu gosto muito de praticar e trazer isso para dentro das escolas fez com que meu interesse por filosofia aumentasse. Eu sempre tive algumas dificuldades com matérias humanas, mas essa abordagem lúdica simplifica o assunto na minha cabeça”, elogiou o aluno do segundo ano do ensino médio.
A facilidade para entender a dinâmica do RPG fez com que Marcelo se tornasse um multiplicador entre os colegas. Foi graças à ajuda dele que Ana Carolina da Silva, 15, conseguiu aprender as regras: “Eu nunca joguei. Eu tentei algumas vezes no passado, mas nunca deu certo. Quando entrei na escola e vi que tinha algo parecido, fiquei bastante interessada. Quem é iniciante consegue pegar rápido porque a turma é muito parceira e o professor explica direitinho também”.
“Eu era uma pessoa que não gostava muito da disciplina de filosofia, mas depois das aulas daqui comecei a ter mais interesse. A oficina Distrito dos Dragões nos ensina muito. Porque é um jeito que a gente aprende sem nem perceber”, concluiu Ana Carolina.
Educação em tempo integral
O CEM 01 do Guará é uma das 184 escolas de ensino integral do Distrito Federal, modalidade que atende mais de 55 mil alunos e que propõe uma formação além do currículo tradicional, com atividades culturais, sociais e científicas. Esse formato oferece aos estudantes oportunidades de desenvolvimento em múltiplas áreas, contribuindo especialmente para a redução das desigualdades educacionais e o fortalecimento das habilidades e competências para a vida.
“A ideia dos projetos integrais é buscar alunos dessa forma, por meio de jogos e atividades diferenciadas, para trabalhar o conteúdo e estimular esse interesse pela disciplina”, defendeu a coordenadora do Ensino Médio em Tempo Integral do CEM 01 do Guará, Tatiara Porto Santos.
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