“No Distrito Federal, não aceitaremos qualquer tipo de enfrentamento às instituições que foram constituídas pela nossa Carta Magna de 1988”, afirmou o delegado Fabrício Augusto Machado Borges Paiva. Ele foi escolhido para assumir a recém-anunciada Divisão de Proteção e Combate ao Extremismo Violento (DPCev), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Nesta quarta-feira (27/11), durante entrevista coletiva, o delegado explicou sobre a criação da nova unidade da PCDF, considerada pioneira no combate ao extremismo violento, com foco na prevenção e no aprimoramento de dados por meio de inteligência. A divisão, vinculada à Divisão de Inteligência Policial (Dipo), tem várias seções, como investigação cibernética e análise de vínculos, que trabalham de forma coordenada.
O objetivo é proteger as instituições democráticas e a sociedade contra ameaças, especialmente em um contexto de extremismo. O delegado destacou a importância de combater a radicalização política: “É um movimento que a gente percebeu, fazendo um estudo prévio, que não parte de uma, podemos dizer, organização, de algo constituído ou organizado, propriamente dito, mas tem sido fomentado por aqueles que acreditam que possam vir a tornar o Estado algo frágil e isso não pode acontecer”.
A nomeação de Fabrício Paiva, anteriormente titular da 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina), foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta quarta-feira (27/11). Agora, a nova função do policial civil será na chefia da DPCev, no exercício de atividades de inteligência. A equipe da divisão também contará com servidores da PCDF que atuam no combate ao crime organizado.
Sandro Torres Avelar, secretário de Segurança Pública do DF, relembra o contexto dos recentes casos de radicalismo ocorridos no centro da capital do país, exemplificado pelo caso de Francisco Wanderley, que tirou a própria vida e foi responsável por explosões na frente do Supremo Tribunal Federal (STF) em ato extremista que mirava ministros da corte no dia 13 de novembro.
“Dessa vez não foi alguém que tivesse agido de forma sorrateira, fria, calculista, mas numa próxima vez pode ser que assim aconteça. Por isso, o Governo do Distrito Federal (GDF) saiu na frente ao criar essa unidade contando com a atuação de pessoas absolutamente qualificadas na Polícia Civil”, expõe Avelar.
O secretário também menciona que a ação da polícia vai trabalhar em apoio às investigações de forças policiais federais: “A divisão de prevenção e combate ao extremismo violento é o que se adequa à legislação mais moderna e é uma atribuição que a gente pode exercer, tendo como parceiros no combate a atos terroristas, que são atribuições do governo federal. É uma força a mais, qualificada para poder combater esse tipo de ato que nos preocupa e que, infelizmente, vem em uma crescente”.
José Werick de Carvalho, Delegado-Geral da PCDF, menciona a necessidade de cooperação entre agências, análise de dados e capacitação dos servidores. “Nós vamos trabalhar conjuntamente com todas as demais instituições que enfrentam o extremismo violento no sentido de criar um bem-estar social, tranquilidade e paz a todos que queiram vir para Brasília, para que possam morar no Distrito Federal sem risco de sofrerem atentados”.