Inquérito instaurado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga um suposto caso de abuso sexual ocorrido dentro de uma das unidades de aplicação de medida socioeducativa da Secretaria de Justiça (Sejus), no Gama. Uma agente acusa outro colega de tentar violentá-la enquanto descansava no dormitório feminino da unidade. A investigação é conduzida pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher I (Deam I). O agente suspeito de cometer a violência sexual foi afastado pela corregedoria da pasta.
A agente, de 35 anos, relatou à polícia sofrer importunações sexuais cometidas pelo servidor, de 43, há pelo menos dois anos. Ambos dividiam o mesmo plantão na unidade e o homem aproveitava o tempo de trabalho para se aproximar da colega sempre para “elogiar a bunda dela”, além de “esfregar” a mão frequentemente em suas pernas.
À PCDF, a agente relatou que, por dezenas de vezes, pedia para o agente parar, se afastar e não manter contato físico com ela, mas o servidor mantinha o assédio. O agente também forçaria beijos e longos abraços para que conseguisse sentir os seios da servidora. Os apelos da vítima eram, segundo ela, em vão.
Veja imagens do alojamento feminino arrombado:
Violência no dormitório
A agente revelou ter sido violentada até nas dependências do alojamento feminino, quando descansava nos horários permitidos. O servidor, segundo a vítima, deitava ao seu lado e a abraçava por trás. O agente teria o costume de falar que estava lá para conversar ou fazer massagens na colega, além de “sentir o cheiro dela”. A coluna apurou que dobradiças com cadeados chegaram a ser instaladas nas portas do alojamento feminino, mas sempre eram arrombados e os homens teriam acesso livre ao local.
A servidora reagia quando o homem tentava beijá-la, virava o rosto e, por várias, vezes dizia “não” e “sai daqui”, mas não era atendida. A servidora chegou a relatar os abusos aos superiores da unidade e o agente foi trocado de plantão. No entanto, a decisão durou pouco e o servidor foi reintegrado à mesma escala da vítima.
Com o passar do tempo, de acordo com os relatos da servidora, as importunações sexuais e abusos foram se intensificando. Chegou ao ponto de o homem passar as mãos nas partes íntimas da agente e puxar a roupa dela a fim de apalpar seus seios.
O outro lado
A coluna entrou em contato com a Sejus para saber as medidas que foram adotadas sobre a apuração das denúncias e em relação aos constantes arrombamentos do alojamento feminino. Até a publicação da matéria, a pasta não havia se posicionado. O espaço permanece aberto para futuras manifestações.