Na quarta-feira (2), a Associação Nacional dos Advogados da União (ANAUNI) realizou uma mobilização nacional em Brasília, com o objetivo de chamar a atenção do governo federal para a necessidade de recomposição do subsídio da categoria, que está sem reajuste desde 2015.
O dia de mobilização teve início às 8h15, durante o 2º Encontro Nacional da Procuradoria-Geral da União (PGU), e incluiu um almoço no restaurante Steak Bull, seguido de um ato às 17h em frente ao Edifício Sede I da Advocacia-Geral da União (AGU), no Setor de Autarquias Sul. As atividades continuaram nesta quinta-feira (3), com nova mobilização no Edifício Sede II da PGU.
A principal reivindicação da ANAUNI é a recomposição salarial dos Advogados da União, que enfrentam perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos. A categoria, que inclui cerca de 1.850 advogados ativos e 800 inativos, vem pleiteando um reajuste que compense essa defasagem, colocando-os em paridade com outras carreiras do sistema de Justiça. Além disso, o movimento busca a valorização da carreira, com pautas que incluem a definição da remuneração em lei própria, conforme previsto no artigo 26 da Lei Complementar 73/93, autonomia orçamentária e administrativa da AGU, regulamentação da carreira administrativa e adicional por acúmulo de acervo.
Dr Clóvis Andrade
O presidente da ANAUNI, Clóvis Andrade, destaca que, apesar de o governo ter aberto uma mesa de negociação, ainda não houve resposta concreta às demandas da categoria. “A última reunião com o Ministério da Gestão e Inovação ocorreu em junho e, desde então, não tivemos avanço. Nossa defasagem é grande em relação a outras carreiras jurídicas e, por isso, estamos aqui, lembrando ao governo a importância da nossa atuação”, afirmou. Ele ressalta que nenhuma política pública sai do papel sem a participação da AGU, cuja função é essencial para a implementação de medidas governamentais.
A última grande manifestação da categoria, denominada “Um Dia Sem AGU”, ocorreu no dia 22 de agosto, com um ato em frente ao Ministério da Gestão e Inovação. Desde então, outras ações foram realizadas, mas, até o momento, não houve avanços significativos nas negociações.
A mobilização também visa pressionar o governo a esgotar as listas de aprovados nos concursos para Advogado da União, Procurador Federal e Procurador da Fazenda Nacional, além de reivindicar a regulamentação do adicional por acúmulo de acervo, já existente em outras carreiras jurídicas.
O vice-presidente da ANAUNI, Tobias Morato, também ressaltou a importância de continuar o movimento. “A AGU é responsável por defender o Estado em todas as suas ações judiciais e extrajudiciais. Nossa valorização não é apenas uma questão salarial, mas de reconhecimento da nossa importância para a democracia e para a defesa dos interesses da União”, afirmou.
A ANAUNI segue firme em suas demandas, apostando que a pressão exercida durante o dia de mobilização resulte em avanços concretos nas negociações com o governo.
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