A Secretaria de Saúde planeja espalhar 4 mil novas armadilhas, feitas com água e levedo de cerveja, para capturar ovos do mosquito da dengue pelo Distrito Federal. Atualmente, 2 mil arapucas, conhecidas como ovitrampas (foto em destaque), estão montadas no DF.
No entanto, segundo a pasta, para ter êxito, a estratégia depende da ajuda da população. Pois os equipamentos precisam ser instalados nos domicílios. Ou seja, a instalação depende da autorização dos moradores.
Essas armadilhas simulam criadouros e permitem a coleta dos ovos. Em 2024, mais de 1,5 milhão ovos do mosquito Aedes aegypt foram retirados das ovitrampas, antes de eclodirem.
As ovitrampas precisam ser colocadas nos domicílios, pois precisam estar em um local atrativo para o mosquito os seus ovos. E o ambiente preferencial Aedes aegypti é dentro das residências e nos arredores.
A tecnologia já está presente em 18 regiões administrativas e ajuda no direcionamento das ações de saúde. Pois locais com o maior número de ovos recolhidos indicam o risco de infestação e a necessidade de ações de controle.
Levedo de cerveja
Segundo a Secretaria de Saúde, as ovitrampas são compostas por um pote preto com água e levedo de cerveja. Também contam com um pequeno pedaço de placa de fibra de madeira, conhecida como paleta.
Os mosquitos colocam os ovos na paleta. Embora as armadilhas simulem um criadouro de mosquitos, são seguras e fazem justamente o contrário. Pois recebem inseticida para impedir o desenvolvimento de larvas.
No DF, as armadilhas podem ser instaladas a cada 100, 200 ou 300 metros, dependendo do tamanho da população. Além das casas, podem ser colocadas em estabelecimentos comerciais.
Estações de larvicida
O DF também conta atualmente com 4.000 estações disseminadoras de larvicida (EDLs). Este tipo de armadilha também precisa ser instalado dentro dos domicílios.
O método consiste em um pote com água contendo um pano interior impregnado com partículas do inseticida piriproxifeno (PPF). O larvicida não representa riscos a humanos ou animais de estimação.
Ao pousarem no recipiente para colocar seus ovos, os mosquitos acabam contaminados pela substância. Quando buscam outros locais para continuar a desova, disseminam as partículas do PPF na água dos criadouros, impedindo que as larvas se desenvolvam.
As partículas do PPF se presas ao corpo do mosquito são transportadas até locais de difícil acesso, como telhados, calhas, caixas d’água, terrenos baldios ou cheios de entulho, onde os agentes de vigilância tem dificuldade de alcançar e trabalhar.
Wolbitos
Além das armadilhas, a pasta investiu em outras estratégias para conter a dengue. Como o emprego de mosquitos wolbitos, os insetos infectados com uma bactéria capaz de parar a reprodução de vírus causadores de dengue, zika, chikungunya e febre amarela dentro deles, impedindo a transmissão das doenças aos humanos.
Depois, esses mosquitos, são liberados na natureza para que se reproduzam com os insetos locais, estabelecendo, aos poucos, uma nova população totalmente infectada com a bactéria e incapaz de transmitir os vírus. Esse método de combate à dengue leva o nome da bactéria utilizada, a wolbachia.
Epidemia
O DF enfrentou a pior epidemia de dengue da história entre 2023 e 2024. Atualmente, o número de casos está baixo. Segundo o GDF, houve uma queda 97% do número de infecções na comparação entre a primeira semana de 2024 com o mesmo período de 2025.
No entanto, caso ações de prevenção não sejam adotadas, há risco de uma nova explosão de casos. Uma questão extremamente preocupante é o descarte irregular de lixo. O DF tem atualmente 200 pontos de grande despejo de entulho, com risco de reprodução do mosquito.