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Baladas dos anos 1990 voltam à agenda da cidade

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Festas que embalaram a cena noturna da capital federal há alguns anos estão de volta à programação da cidade

Depois de cinco anos sem edições, a festa Kinda voltou a agitar a cena noturna da capital
(foto: Lucas Feccini/Divulgação)

O clima de nostalgia tomou conta da noite brasiliense. Há alguns meses, a cidade viu renascer festas que marcaram época na cena noturna de Brasília e não estavam mais ativas. Muitas delas estão de volta por um pedido antigo do público unido à própria vontade dos produtores de matar a saudade dos projetos de outrora.

“Foi demanda reprimida”. É assim que o produtor e DJ Sandro Biondo explica o retorno da festa Kinda após cinco anos fora da agenda cultural brasiliense. Ele e o sócio Willy Moura acabaram deixando a balada de lado em 2014, quatro anos depois do lançamento do selo, para se dedicar a outros projetos. Porém, recentemente, conversando, a dupla percebeu que a maioria dos eventos estava concentrada no sábado e a sexta-feira poderia se tornar o dia da Kinda, que sempre foi conhecida como uma festa de música eletrônica em que as pessoas se encontravam e tomavam drinques, em “uma balada leve pra gente elegante”. “Ela é uma festa meio chique, descolada com uma pegada mais light”, completa.

A primeira edição do retorno da Kinda foi em 1º de fevereiro, no Surf Bar Mormaii, na Ponte JK. Depois, a festa teve edição em março, na Cervejaria Criolina, e a próxima será em 3 de maio, de volta a Mormaii, com presença dos DJs Willy, LAVNDR, Dan Monteiro e Golucho. Na temporada de volta, a balada passará a ser mensal e, como era antigamente, será itinerante. “A Kinda sempre foi uma festa que não tinha um espaço físico fixo. Nos quatro anos em que ela existiu, a gente passou por 15 casas. Então vamos continuar rodando a cidade”, antecipa o produtor. Sobre a volta, ele diz: “Tem uma coisa que a Kinda sempre teve: um público fiel. Na festa vimos gente que não ia para balada há anos”.

O tradicional pingue-pongue da Toranja, da época do Balaio, está volta no retorno da balada
(foto: Carlos Moura/CB/D.A Press)

Volta às origens

 

De 2010 a 2013, toda quarta-feira, o Balaio Café, na 201 Norte, era invadido pela festa Toranja, balada que reunia um público descolado para bater papo, jogar pingue-pongue e escutar músicas diferenciadas. Em 2017, a balada ensaiou um retorno, com uma edição no La Rubia Café, também na Asa Norte. Porém, só agora, em 2019, a festa volta de vez à programação noturna da cidade.

 

“Nossas últimas edições no Balaio foram em 2013. Depois que o Balaio fechou, o pessoal que participava na época se juntou e criou a Moranga, uma festa que foi bem-sucedida e acabou em janeiro de 2018. Então, passamos a fazer edições esporádicas da Toranja. Até que, neste ano, retomamos com uma edição em fevereiro, na Praça do Conic”, afirma Ivan Bicudo, DJ e um dos idealizadores da Toranja.

 

Na última sexta-feira, a festa chegou à terceira edição na Praça Central do Conic, em parceria com o recém-inaugurado bar do local, Birosca. Essa edição foi ainda mais especial porque trouxe de volta um dos marcos da Toranja: o pingue-pongue. “A mesa de pingue-pongue era uma das atrações da festa e também um espaço muito concorrido. As disputas eram sempre muito animadas. Havia paquera ao redor da mesa. Era algo divertido que a gente resolveu trazer de volta. É de graça, é só chegar e participar”, revela Bicudo.

 

Mantendo o padrão das origens, a festa continua gratuita e prima por uma música diferenciada na discotecagem dos DJs convidados. “Os DJs apresentam músicas novas e os clássicos mais obscuros. É uma coisa voltada para novidade, mas também para descoberta. Para nós, é sempre um prazer poder soltar o nosso conhecimento musical na pista de dança, as coisas que a gente pesquisa sobre música. A recepção do público tem sido ótima, até porque é um nome estabelecido e o pessoal estava entusiasmado com o retorno”, completa o produtor.

 

Apesar de a festa original ter sido semanal, a ideia agora é manter edições mensais: “Essa é uma proposta nova. Acho que vai ficar mais adequado. Tem mais tempo para o público assimilar e sentir uma certa saudade. Mas tudo pode acontecer”. As próximas edições estão previstas para 10 de maio e 14 de junho.

 

Celebração ao passado

 

Há 11 anos, o produtor Lino Fructuoso lançou a festa Flash Back Dance. Ela embalava as boates da cidade celebrando o repertório de nomes como Bee Gees, Michael Jackson, Gloria Gaynor e Dona Summer. “Criei o projeto embalado pelo grande movimento dançante e o clima saudosista. Denominei de Flash Back Dance para relembrar noites das casas que tive a honra de trabalhar, tais como Machine, New Star, Sherezade, 707, Hyppo’s, Capital Club e, principalmente, a Zoom”, revela.

Atualmente, a festa Flash Back Dance tem apenas duas edições anuais e celebra os anos 1970, 1980 e 1990. Neste ano, a próxima edição será em 20 de abril, na boate Pink Elephant, no Setor de Clubes Sul. Para relembrar o passado da festa, Fructuoso convocou sete DJs que fizeram história na balada: Audino Jr (residente), Raul La Fuente (ex-Café Cancun), Raul Santos (ex-Vogue, Something & Clube FM), Emilton Brandão (ex-Hyppo’s), Tadeu Miura (ex-Tequila Rock & Gate’s), Zebrão (ex-Zoom) e Alvaro Queiroz (Cia Athlética).

 

Outro evento que também faz um tributo ao passado é o Quarta Vinil, projeto que teve início neste ano no La Rubia Café, na 404 Norte. A festa é uma homenagem ao evento de mesmo nome que ocupou durante os anos 2000 a extinta casa Gate’s Pub, da Asa Sul. “Sou fotógrafo de música e nos anos 1990 tive participação na cena roqueira da cidade. Em 2002, quando voltei para Brasília após morar em São Paulo, o Gate’s tinha esse projeto e os produtores sabiam que eu tinha uma coleção de vinis. Desde aquela época comecei a tocar e não parei mais. Sou um apreciador do vinil, não é um modismo. Eu achava justo que tivesse uma noite na cidade que prestasse homenagem à aquela época no Gate’s”, afirma Zé Maria Palmieri, o DJ Palmieri, idealizador do retorno do Quarta vinil e residente da nova versão da festa.

 

A ideia foi acatada por Marcelo Galo, sócio-proprietário do La Rubia Café, espaço que recebe a festa semanalmente às quartas. “O Zé Maria Palmieri foi uma das pessoas que participou do Quarta vinil e ele gosta muito do La Rubia e estava com vontade de uma noite para tocar discos de vinil. Pensamos, por que não ressuscitar o Quarta vinil? Nosso intuito foi de ressuscitar músicas daquela época e esse sentimento das pessoas de saírem de casa para escutar algo diferente”, afirma.

 

Programe-se!

 

Flash Back Dance

Pink Elephant (SCES, Tc. 2). Em 20 de abril, às 21h. Com os DJs Audino Jr (residente), Raul La Fuente (ex-Café Cancun), Raul Santos (ex-Vogue, Something & Clube FM), Emilton Brandão (ex-Hyppo’s), Tadeu Miura (ex-Tequila Rock & Gate’s), Zebrão (ex-Zoom) e Alvaro Queiroz (Cia Athlética). Entrada a R$ 50 (primeiro lote). Pontos de venda: Loja Brilho (Gilberto Salomão), Loja Nágela Maria (314 Sul, Bl. B), Pink Elephant e Bilheteria Digital. Não recomendado para menores de 18 anos.

 

Kinda

Surf Bar Mormaii (Ponte JK). Em 3 de maio, às 23h30. Com os DJs Willy, LAVNDR, Dan Monteiro e Golucho. Entrada a R$ 20 (meia-entrada e antecipado). À venda em www.sympla.com.br. Não recomendado para menores de 18 anos.

 

Quarta vinil

La Rubia Café (404 Norte, Bl. B). Em 17 de abril, às 18h. Com o DJ Palmieri. Entrada a R$ 5 (couvert obrigatório). Não recomendado para menores de 18 anos.

 

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