O caminhão envolvido no acidente que matou uma criança na DF-150, nessa terça-feira (26/11), pertence à Coopercam, empresa terceirizada da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap). Guilherme Pires dos Santos, de 9 anos, morreu atingido por um bloco de pedra que estava na caçamba do veículo.
A Novacap afirmou em nota que, no momento do ocorrido, o caminhão prestava serviço ao polo que atendia as demandas da Administração Regional da Fercal.
O comunicado acrescenta que a empresa terceirizada está em contato com a família.
“A empresa responsável esteve presente no local e prestou a assistência aos envolvidos. A Coopercam continua em contato com os familiares e permanece prestando toda a assistência aos envolvidos no acidente. A pasta lamenta o incidente e expressa suas sinceras condolências à família.”
Guilherme estava em uma rua adjacente à rodovia quando o material carregado caiu do veículo e o acertou. Por pouco, o primo de 2 anos e o tio dele, de 55, não se feriram.
O condutor do caminhão ficou preso às ferragens e foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros (CBMDF). Ele foi levado a um hospital da região consciente e orientado, mas com uma fratura no braço esquerdo. Segundo a Novacap, o homem passou por uma cirurgia, sem riscos.
As causas do acidente são investigadas pela 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho 2).
O corpo do menino será velado na tarde desta quarta-feira (27/11) no Cemitério de Sobradinho. A cerimônia de despedida será na Capela 3, e o enterro está marcado para as 15h30.
Sem área de lazer
A pista onde Guilherme, o primo, Davi, e o tio dele, Raimundo Nonato, estavam no momento da tragédia fica ao lado da DF-150. Trata-se de uma rua residencial.
A área, próxima à Fercal, é a única opção de lazer na quadra, segundo a irmã do garoto, Iasmin Pires, 18, contou ao Metrópoles.
A família de Guilherme também reclamou da falta de segurança às margens do Km 12 da DF-150. Para a irmã de Guilherme, o trecho – acidentado e próximo a uma curva na rodovia – deveria ter mais sinalização.
“Isso é inadmissível. Uma criança passando na rua morrer assim, depois de o caminhão tombar. Isso é um absurdo. Ele não estava na rodovia nem à beira da pista, estava na rua abaixo”, desabafou Iasmin. “A moça que cuida dele é nossa tia, e a madrinha dele perto. Ele voltava da casa dela para ir para a escola.”
Iasmin recebeu a notícia da tragédia por telefone, por volta das 11h. Para ela, “a ficha ainda não caiu”. “É muito difícil acreditar que ele esteja morto. Eu o vi hoje [terça-feira] de manhã, e ele estava bem. De repente, alguém me liga e diz: ‘O Guilherme morreu’”, detalhou a jovem.
Assista ao relato de Iasmin Pires, irmã de Guilherme:
Eva Pereira de Jesus, 50, parente dos meninos e moradora da região destacou ser comum que crianças do bairro brinquem ou joguem bola na rua abaixo da rodovia, antes e depois das aulas escolares.
“Não tem uma quadra ou parque para jogarem bola. Quando é fim de tarde, elas sempre brincam aqui [na rua por onde Guilherme e Davi passavam]. Se esse acidente tivesse acontecido por volta das 17h30, seria uma tragédia maior”, completou Eva.