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Campanha busca lares temporários para crianças e adolescentes no DF

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

Em vez de abrigos, crianças e adolescentes podem ser acolhidos por famílias voluntárias. Família Acolhedora quer atrair 150 novas famílias em suas diversas constituições

Um ambiente familiar estável, seguro, protetivo e afetuoso é essencial para o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. Com esse objetivo, o serviço Família Acolhedora lança, nesta quinta-feira (24), a campanha em busca dos interessados em oferecer lar temporário a  crianças e /ou adolescentes. A expectativa é atrair 150 novas famílias do Distrito Federal, incluindo diversas configurações familiares, que compreendam a importância e a responsabilidade do acolhimento temporário.

A campanha, que vai durar três meses, tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do acolhimento familiar –  medida protetiva judicial aplicada a crianças e adolescentes que precisam ser temporariamente afastados de suas famílias de origem devido à violação de direitos – e esclarecer quem pode se tornar uma família acolhedora. Com o tema “Amor que cresce com você”, a iniciativa transforma a vida de crianças e adolescentes que enfrentam momentos difíceis, proporcionando uma oportunidade de iniciar uma nova fase em um ambiente seguro e amoroso.

“Precisamos de uma mudança de cultura com relação ao acolhimento de crianças e adolescentes no Brasil. Não se trata do apego do adulto, mas sim das necessidades das crianças e do impacto positivo que o acolhimento pode gerar a longo prazo”, afirma Julia Salvagni – psicóloga e coordenadora do serviço e vice-presidente do Grupo Aconchego, uma organização que apoia a convivência familiar e comunitária no DF.

Salvagni destaca os benefícios do acolhimento familiar, dentre eles a construção da autonomia, a ajuda na organização da rotina e a mitigação dos danos afetivos e comportamentais que podem surgir após a separação da família de origem. “Além disso, o acolhimento proporciona favorece a criação de vínculos, oferecendo a crianças e adolescentes a chance de se sentirem seguros e cuidados durante o período de transição até que possam retornar à sua família ou seguir para uma adoção”, completa.

Sobre o acolhimento familiar

As crianças e adolescentes acolhidos têm idade até 18 anos incompletos. O acolhimento familiar é temporário,tem prazo legal de até 18 meses, podendo ser prorrogado a depender da situação. Durante esse período, a equipe técnica trabalha para viabilizar o retorno da criança ou adolescente ao convívio com a sua família. Caso isso não seja possível, após as intervenções necessárias, a criança ou adolescente pode ser encaminhada à família extensa ou para adoção.

Durante a campanha Família Acolhedora, Salvagni reforça que quem está na fila de adoção não pode participar do programa de acolhimento. Isso porque, “o acolhimento familiar é temporário, relacionado ao compromisso social, enquanto a adoção é uma medida definitiva, um projeto de vida”, elucida.

Dados

No Brasil, cerca de 30 mil crianças e adolescentes estão sob medida de proteção, sendo que 96% vivem em abrigos instituições de acolhimento e apenas 4% em famílias acolhedoras. Ainda de acordo com o Diagnóstico sobre o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (CNJ, 2020), 62,9% das crianças e adolescentes estão acolhidos há menos de um ano, enquanto 37,1% estão acolhidos há mais de um ano e apenas 8% dos acolhidos estão aptos para adoção. Já no Distrito Federal, 27 crianças e adolescentes estão em uma família acolhedora – um percentual de 7% , enquanto 387 (93%) permanecem em abrigos.

Requisitos para ser uma Família Acolhedora

As famílias acolhedoras são capacitadas e acompanhadas continuamente por uma equipe técnica composta por psicólogos e assistentes sociais durante todo o período de acolhimento. Para participar do serviço é necessário:

Ser maior de 18 anos e residente no DF;
Não estar inscrito no Cadastro Nacional de Adoção e não ter a intenção de adotar;
Não possuir antecedentes criminais, comprometimento psiquiátrico ou dependência química;
Ter condições de saúde e habilidades para cuidar de uma criança ou adolescente;
Ter a concordância de todos os membros da família que compartilham o mesmo lar;
Dispor de tempo, afeto e estabilidade emocional para o acolhimento.

Sobre o serviço

O Família Acolhedora é uma política pública que atende crianças e adolescentes afastados de suas famílias por violações de direitos. Em vez de serem encaminhados para abrigos e instituições de acolhimento essas crianças e adolescentes são acolhidos temporariamente por famílias voluntárias.

Para mais informações sobre como se inscrever entre em contato neste formulário.

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