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Casais do DF passam em média 18 meses na fila da reprodução assistida

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

De acordo com dados oficiais da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), um casal que deseja participar do programa de reprodução assistida, normalmente, precisa esperar mais de 18 meses na fila para ser atendido na rede pública. O tempo, no entanto, é ainda maior nos casos de fertilização in vitro, quando os pacientes aguardam cerca de três anos.

Em relação às situações que envolvem a inseminação intrauterina, a fila demora mais de um ano. As ações, desenvolvidas somente no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), representam uma verdadeira corrida contra o tempo para as pessoas que desejam ser pais e não podem arcar com os grandes custos relacionados aos procedimentos em clínicas particulares.

José Diego Costa da Silva, 32 anos, e Natália Roberto, 37, participam atualmente do programa oferecido na rede pública de saúde da capital federal. Eles estão no projeto há um ano, mas a mulher esperou na fila por três. O casal, morador de Samambaia, tenta ter o primeiro filho por meio de fertilização in vitro.


Ponto a ponto

  • A participação no programa público de reprodução assistida no Distrito Federal, realizado no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), envolve uma espera de 18 meses;
  • A espera chega a cerca de três anos para casos de fertilização in vitro, e um ano para inseminação intrauterina;
  • O tratamento inicia com consulta na unidade básica de saúde (UBS) de referência, seguida por avaliação com um ginecologista e outras especialidades. Após os exames necessários, os pacientes são incluídos na lista de espera;
  • Existe também uma janela de idade limite de 39 anos para que as mulheres realizem a estimulação hormonal necessária para alguns procedimentos, principalmente nos casos de fertilização in vitro;
  • No ano passado, de acordo com os dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, foram realizadas 140 fertilizações in vitro, 24 inseminações intrauterinas e 120 transferências de embrião congelado.

José Diego relata que o processo envolve uma bateria de exames para as dois partes do casal. No caso deles, após as consultas, Natália deve passar por uma estimulação prévia com hormônios. Além disso, segundo eles, existe uma janela de idade para as mulheres, que têm um prazo limite de 39 anos para realizar a estimulação.

“Fora que ainda tem alguns exames que o próprio hospital, aliás, a rede pública do Distrito Federal no geral, eles não realizam. Então, a gente tem que fazer particular e são valores altos. Tem todos esses detalhes de impacto”, conta o homem.

Processo

Segundo a SES-DF, o tratamento de reprodução é realizado mediante consulta, previamente agendada pela unidade básica de saúde (UBS) de referência. As equipes direcionam os pacientes para avaliação inicial com um ginecologista, seguida por atendimentos em outras especialidades conforme necessário. Após essas etapas, o paciente é encaminhado para a Unidade de Reprodução Humana do Hmib.

Depois dos exames necessários, os futuros papais e mamães são inseridos na lista de espera e podem tentar até duas inseminações intrauterinas e duas fertilizações in vitro, conforme os critérios estabelecidos pelo programa. A inclusão na lista de espera ocorre a partir da primeira consulta ou na consulta de retorno.

“Parece que é fácil, mas não é. Então, vai fazendo, vai fazendo a etapa, faz o exame, e aí o exame vem e você tem que fazer de novo. Você vai fazendo até chegar no ponto que a equipe médica fala, agora você está pronto”, menciona José.

Na semana passada, ele e a esposa passaram por uma situação que poderia comprometer todo o esforço. O ecógrafo, máquina essencial para o acompanhamento de todo o processo de reprodução assistida, quebrou. Eles chegaram a ser comunicados de que, sem o equipamento, o processo seria cancelado.

No entanto, após o Metrópoles entrar em contato com a SES-DF, a pasta informou que foi solicitado reparo do aparelho e outro equipamento seria remanejado para unidade, evitando qualquer prejuízo.

O homem comenta que um dos motivos para o tempo na fila ser longo se dá porque em alguns momentos, enquanto participantes aguardavam para integrar o programa, equipamentos ou serviços ficam inacessíveis. Assim, há uma paralisação que afeta todos.

Casais atendidos

O programa é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) há 26 anos no DF, um dos primeiros locais do país a implementar um programa na área.

No ano passado, de acordo com os dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, foram realizadas 140 fertilizações in vitro, 24 inseminações intrauterinas e 120 transferências de embrião congelado. Em 2023, o Hospital Materno Infantil de Brasília fez outros 268 procedimentos de reprodução assistida.

Tanto os casais homossexuais femininos quanto a reprodução independente (mãe solteira) podem se inscrever na lista de espera para realização de inseminação ou fertilização in vitro com uso de sêmen de doador anônimo.

Homens homossexuais não são inscritos na fila, pois o Hmib não possui programa de ovodoação compartilhada. No caso de pessoas soropositivas para o HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis, o programa também não realiza o tratamento.

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