O empresário Edimilson Rodrigues da Costa, 45 anos, e seu companheiro, Leander Romualdo Holanda, 24, relatam uma rotina em que são vítimas de perseguição, ameaças e ofensas homofóbicas por parte de um homem que trabalha próximo à casa deles. A violência escalou no último domingo (13/10), quando o casal teve o carro quebrado pelo homem. O caso aconteceu em Águas Claras.
“De tanto ele ameaçar contra o nosso patrimônio, contra a nossa vida, no domingo ele cumpriu a ameaça de atentar contra o nosso patrimônio. Ele começou a gritar na nossa janela, no nosso prédio, os nomes mais horríveis. Depois recebi ligação dos vizinhos desesperados pois ele estava depredando o nosso carro. Então, nós acionamos a PM, que foi até um local e ele foi preso em flagrante”, relata Edimilson.
O autor, identificado como Rômulo Santana Gonçalves, acabou liberado nesta terça-feira (15/10) após passar por audiência de custódia. O homem já foi lojista no prédio e demonstra um comportamento agressivo e homofóbico. Segundo o empresário, os ataques, inclusive, mencionam o fato do casal não ter filhos biológicos.
O Metrópoles teve acesso a alguns vídeos em que o homem aparece proferindo xingamentos e ameaças constantes contra o casal. Em um deles, gravado antes de o veículo ser depredado, ele diz: “Deste ano, vocês não passam aqui, não. Seus pau no cu. Filhos da desgraça”.
Veja:
A raiz do problema está em conflitos relacionados à ocupação de espaços no prédio e ao funcionamento de outros estabelecimentos, dos quais o agressor é amigo dos proprietários. Edimilson e o síndico do prédio tentam resolver a questão há um ano, buscando a regularização do espaço. No entanto, o agressor, influenciado pelos donos dos bares, acredita que o casal estaria por trás das ações para removê-los, o que intensifica o clima de hostilidade.
Em março, Edmilson filmou o homem supostamente em uma atividade ilegal e enviou o vídeo para a polícia. A ação, embora com o intuito de coibir a ação irregular, acabou expondo o casal, que se tornou alvo direto da fúria do agressor. A partir desse episódio, as ameaças se intensificaram, culminando no ataque ao carro da família.
Após a prisão no fim de semana, foi determinada uma distância mínima entre o suspeito e o casal. Ainda assim, o medo persiste por conta do histórico de violência e a presença constante do agressor no prédio: “Já faz um ano que a gente está vivendo esse pânico e esse medo constante, porque ele é uma pessoa agressiva e está aqui no ambiente o tempo todo”.
O Metrópoles tentou entrar em contato com Rômulo Santana para ouvir seu posicionamento sobre o caso. Não houve retorno até o fechamento desta reportagem. O espaço segue aberto para possíveis manifestações.