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CFM cassa registro de médico que deformou paciente após aplicar PMMA

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

O Tribunal Superior de Ética Médica do Conselho Federal de Medicina (CFM) manteve a decisão da entidade de classe regional (CRM-GO) que cassou o registro profissional de Wesley Noryuki Murakami (foto em destaque). Os detalhes sobre a decisão contra o médico constam na edição desta quarta-feira (25/9) do Diário Oficial da União (DOU).

Wesley Noryuki Murakami foi condenado no processo em que era acusado de “deformar” o rosto de uma paciente ao realizar intervenções estéticas com aplicação de PMMA (polimetilmetacrilato).

No início deste mês, a 1ª Vara Criminal e do Tribunal do Júri de Águas Claras determinou que o médico deverá cumprir 2 anos e três meses de prisão em regime inicial aberto.

A Justiça entendeu que Wesley aplicou quantidades excessivas de PMMA e em áreas inadequadas do rosto de uma das vítimas. No total, quatro pessoas o processaram por lesão corporal grave, porém, o juiz André Silva Ribeiro declarou extinta a punibilidade do médico em três casos — um por prescrever, outro por desistência da vítima e o último por falta de “elementos de prova”.

O único caso pelo qual foi responsabilizado é um de setembro de 2015: a vítima pagou mais de R$ 8 mil por uma bioplastia no nariz. Após o procedimento, ela sofreu trombose venosa profunda, necessitou ser internada e, ainda, teve a evolução do quadro para tromboembolismo pulmonar.

O quadro a levou a ter incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias e causou “enfermidade incurável”.

A reportagem não localizou a defesa do médico. O espaço segue aberto.

Relembre o caso

No caso que levou à condenação de Wesley, a vítima conta que as lesões começaram após ela ter recebido uma injeção com o mesmo produto embaixo do nariz. Ela chegou a aspirar parte do PMMA, sentindo-o em sua garganta. Dois dias depois do procedimento, constatou sinais de infecção na mucosa bucal, com pus, inchaço e dor.

A mulher não conseguiu contato com o médico em Brasília e foi até a emergência do Hospital Santa Helena. Lá, foi diagnosticada com trombose venosa profunda. O quadro se agravou para um tromboembolismo pulmonar, que a afastou de suas atividades por mais de 30 dias.

Mesmo após ser submetida a diversos tratamentos, a mulher teve deformidades permanentes e limitações geradas pelo procedimento: “Até o presente momento, sofre com falta de ar constante, fadiga, limitações para viajar, pois usa meias compressivas, associadas a injeções de anticoagulantes no abdômen”, explicita a denúncia recebida pela Justiça.

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