A R7 Facilities Serviços e Manutenção (foto em destaque), empresa de engenharia que demitiu funcionários após os trabalhadores protestarem contra atrasos salariais, registra particularidades em sua diretoria.
O dono, por exemplo, já recebeu sentença de penhora em bens para pagar dívida de R$ 8,6 mil junto aos cofres públicos, mesmo acumulando contratos com os Executivos local e nacional que chegam a ultrapassar R$ 40 milhões.
A Justiça encontrou, no entanto, um total de R$ 523,64 nas contas bancárias do atual sócio-administrador da empresa, o técnico em contabilidade Gildenilson Braz Torres.
Gildenilson mora na periferia do DF e chegou a receber auxílio emergencial durante a pandemia. Ele só foi notificado da decisão judicial em fevereiro de 2023, um ano depois da decisão da 1ª Vara de Execução Fiscal do DF, porque, à época, os Correios não conseguiram localizá-lo nos endereços cadastrados.
Entenda o caso
- A R7 Facilities demitiu, há cerca de duas semanas, ao menos oito funcionários lotados nos ministérios das Mulheres, dos Direitos Humanos (MDH) e da Igualdade Racial (MIR).
- Dias antes do corte, o grupo protestou em frente à sede do MDH e se reuniu com deputados e sindicalistas do Distrito Federal para reclamar de atrasos salariais.
- Uma funcionária fala em “punição política”. “Os funcionários que davam trabalho foram escolhidos para serem demitidos. Por dar trabalho, entenda-se cobrar os direitos”, disse ao Metrópoles.
- O Ministério Público do Trabalho (MPT) investigará as demissões.
- O episódio joga luz ao histórico da empresa. A R7 Facilities foi criada em 2009 por Ricardo de Souza Lima Caiafa, hoje suplente de deputado distrital pelo Partido Liberal (PL-DF).
- A R7 foi vendida em junho de 2020. Em seu perfil no LinkedIn, Caiafa faz questão de afirmar que, a partir deste período, os compradores “assumiram definitivamente a operação e as decisões da empresa”.
- Antes da venda, a empresa já fechava contratos com a União — os acordos milionários começaram a ser firmados em 2016 e alguns perduram até hoje.
- Em fevereiro de 2024, a R7 ficou conhecida nacionalmente após dois integrantes do Comando Vermelho (CV) fugirem da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). A empresa fazia uma obra no telhado da prisão à época, e dois funcionários passaram a ser investigados.
- Atualmente, a R7 é investigada pela Controladoria-Geral da União (CGU) por supostamente manter “laranjas” à frente da empresa.
Outro lado
Em nota publicada nas redes sociais, a R7 Facilities negou haver desligamento em massa na empresa. “Por fim, enfatizamos que seguimos comprometidos em oferecer o nosso melhor para cada um de nossos colaboradores, clientes e fornecedores”, esclarece.
O Metrópoles tentou contato com a R7 Facilities e representantes da empresa. Até a última atualização desta reportagem, a organização não havia se posicionado. O espaço segue aberto.