Nas últimas semanas, muitos moradores foram às redes sociais para reclamar das restrições e da falta de alimentos.
As pessoas têm que pedir comida e água e esperar que o governo deixe os vegetais, carne e ovos em suas portas, e analistas dizem que muitos estão ficando sem suprimentos.
A extensão do bloqueio sobrecarregou os serviços de entrega, sites de mercearias e até a distribuição de suprimentos do governo.
Segundo o correspondente da BBC News em Xangai Robin Brant, após três semanas de confinamento, as pessoas estão com raiva.
A operação encabeçada pelo governo que retirou muitos de suas casas para transformar apartamentos em centros de quarentena foi a gota d’água para alguns chineses, relata ele.
“A alguns quilômetros de distância, houve um protesto organizado, uma postura ousada enquanto o bloqueio se instala em um país onde pode-se ir para a prisão por provocar brigas. Eles estão com raiva de uma escola local ser transformada em outra instalação de quarentena. A polícia os expulsou das ruas”, relata Brant.
“Foi um episódio de pequena escala, mas é um sinal de raiva e frustração à medida que esse bloqueio continua”.
Enquanto isso, segundo a imprensa estatal, o governo chinês enviou equipes à cidade para ajudar mais de 660 empresas em setores-chave da economia, como semicondutores e fabricação de automóveis, a retomar a produção.
O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação afirmou na sexta-feira (15/4) que garantiria o fornecimento de produtos médicos e o fluxo natural das cadeias de suprimentos.
A medida segue relatos de que partes do setor manufatureiro da China podem ter que fechar em breve, pelo menos temporariamente, porque as empresas não têm conseguido obter componentes essenciais de Xangai.
He Xiaopeng, presidente da fabricante de veículos elétricos XPeng, disse que, se o trabalho não recomeçar em Xangai em maio, todas as fábricas de automóveis em todo o país podem ter que parar de operar.
A China é uma das últimas nações remanescentes ainda comprometidas com a erradicação da covid-19, em contraste com a maior parte do mundo que está tentando conviver com o vírus.
Mas a pressão sobre essa política aumentou nas últimas semanas com a disseminação da variante ômicron.
Fonte: G1.