Cerca de 15 representantes do governo da Armênia, do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e do governo federal visitaram, nesta quarta-feira (16), o novo Restaurante Comunitário do Varjão. A ação fez parte da programação do Dia Mundial da Alimentação, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a fome no mundo e promover a segurança alimentar e nutricional.
A visita teve como foco apresentar o modelo de boas práticas de segurança alimentar e nutricional do Governo do Distrito Federal (GDF), referência para políticas públicas a serem implementadas fora do país.
Essa não é a primeira vez que os restaurantes comunitários de Brasília recebem visitas de governos estrangeiros. Delegações de Angola, Inglaterra e África do Sul já marcaram presença nos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional, que têm como finalidade preparar e comercializar refeições saudáveis a preços acessíveis.
Neste ano, já foram fornecidas mais de 5 milhões de refeições em todos os restaurantes comunitários – cerca de 36,1 mil por dia, em média
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), mais de 2,8 mil milhões de pessoas não conseguem ter acesso a uma alimentação saudável. Isso significa que, mesmo que consumam a quantidade suficiente de calorias, podem não ingerir os nutrientes e a variedade de que precisam para serem saudáveis.
“O programa Restaurante Comunitário é de acesso universal, qualquer pessoa pode chegar até o nosso equipamento e fazer uma refeição saudável, equilibrada, nutricionalmente balanceada e a preços bem acessíveis. As comitivas internacionais vêm justamente para entender esse projeto. É interessante porque percebemos uma atração por esse modelo, que tem uma forma bem organizada de atender e garantir o acesso à alimentação, que é uma previsão constitucional”, explica Vanderléa Cremonin, subsecretária de Segurança Alimentar e Nutricional, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF).
Segundo Maria Giulia Senesi, oficial de programas do centro de excelência contra a fome do Programa Mundial de Alimentos, a parceria entre a instituição e o GDF é extremamente colaborativa para que a comitiva internacional tenha uma noção mais prática do sistema implementado pelo governo distrital na capital do Brasil.
“Essa parceria nos mostra como essa política pública é implementada na prática, como é o dia a dia dessas experiências exitosas. A delegação tem acesso não apenas ao lado teórico de como essas políticas existem, mas também como elas estão sendo feitas no dia a dia, quais populações beneficiam, quais são os eventuais desafios que existem, as inovações que são promovidas e, principalmente, os pontos de convergência e de diálogo que podem ser buscados a partir delas”, pontua.
No Restaurante Comunitário, a visita da delegação armênia foi motivo de curiosidade para quem frequenta o local diariamente, como é o caso da dona de casa Vancy Alves de Sena, 63 anos, e do aposentado Francisco Jerônimo de Oliveira, 71.
“Ter acesso ao Restaurante Comunitário é uma chance das pessoas viverem, não apenas sobreviverem. Todos nós conseguimos nos alimentar bem e ter dignidade. Moradia e alimentação são coisas dignas para todo ser humano. Este GDF faz um trabalho excelente nesse sentido”, diz Vancy.
Morador do Varjão há mais de 40 anos, seu Francisco complementa: “É um lugar muito bom e com comida de qualidade e balanceada. A instalação de um Restaurante Comunitário aqui na região era uma demanda da comunidade e agora temos acesso a essa política pública. É maravilhoso. Tomo café e almoço todos os dias aqui”.
Segurança alimentar e nutricional
O Distrito Federal conta com 18 restaurantes comunitários localizados em Brazlândia, Ceilândia, Estrutural, Gama, Itapoã, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Riacho Fundo II, Samambaia, Samambaia Expansão, Santa Maria, São Sebastião, Sobradinho, Sol Nascente, Sol Nascente/Pôr do Sol, Arniqueira e Varjão.
Neste ano, já foram fornecidas mais de 5 milhões de refeições em todos os restaurantes comunitários – cerca de 36,1 mil por dia, em média. As unidades com maior distribuição são a de Planaltina, Arniqueira, Sol Nascente, Ceilândia e Recanto das Emas.
Neste governo, os restaurantes passaram a contar com um nutricionista em cada unidade e a servir gratuitamente refeições para pessoas em situação de rua. O preço também diminuiu. Em setembro de 2019, o governador Ibaneis Rocha determinou que o almoço voltasse a ser servido por R$ 1 e instituiu o café da manhã e o jantar por R$ 0,50. Em outras gestões, apenas o almoço chegou a custar R$ 3. O cardápio mensal e o endereço dos restaurantes comunitários podem ser acessados no site da Sedes-DF.