A Emater-DF recebeu, nesta terça-feira (2), uma comitiva da República de Camarões interessada em conhecer o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Por meio de articulação com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), com a Gerência de Comercialização e Organização Rural (Gecor) e com o apoio da Assessoria Internacional da empresa, a delegação com 18 integrantes foi recebida no Assentamento 15 de Agosto, em São Sebastião.
O Pnae é um programa governamental que determina que 30% de todo o alimento adquirido para a alimentação escolar sejam provenientes de agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais e assentados da reforma agrária. No DF, os alimentos adquiridos da agricultura familiar vão para todas as 14 regionais de ensino do DF, chegando a 684 escolas e atendendo 400.370 estudantes. Há ainda um contrato específico para a compra de orgânicos que, no momento, são destinados às regionais do Guará, São Sebastião e Núcleo Bandeirante.
Comitiva conhece produção orgânica no Assentamento 15 de Agosto
Durante a visita ao assentamento, Michely Ornelas e Francisco Jorge de Almenta, líderes da Associação de Agricultores Familiares da Eco Comunidade do Assentamento 15 de Agosto (Afeca), falaram sobre a importãncia da organização social dos agricultores para acesso e participação em políticas públicas que beneficiem a agricultura familiar. “Nossa organização é ferramenta de conquista na luta por direitos. A união dos agricultores familiares tem sido essencial para garantir nossa permanência na terra e o acesso a políticas públicas fundamentais, como o PNAE”, afirmou Francisco Jorge.
O extensionista rural da Emater-DF José Nilton, representante da Gecor, ressaltou a relevância dos intercâmbios internacionais para a troca de experiências. “Essas visitas são fundamentais para aprimorar nossas políticas públicas e fortalecer a cooperação internacional. A capacidade do Pnae de aliar agricultura familiar, educação e segurança alimentar e nutricional nas escolas desperta o interesse global. Além disso, o papel da extensão rural estatal é crucial para a implementação dessas políticas no campo. A organização social dos agricultores, junto ao apoio técnico, gerencial e comercial, permite o planejamento da produção com segurança e garante um preço justo, beneficiando tanto os agricultores quanto as crianças nas escolas”, explicou José Nilton.
Já a extensionista rural Roseli Oliveira, do escritório local da Emater-DF em São Sebastião, explicou aos participantes como se dá o trabalho de extensão rural no assentamento. “Nosso papel é acompanhar de perto cada agricultor e sua família, orientando desde o planejamento da produção até a comercialização. Trabalhamos em conjunto para melhorar a gestão da propriedade, aumentar a produtividade e assegurar que os agricultores familiares tenham acesso ao suporte técnico e institucional necessário. Esse apoio contínuo fortalece as famílias e as organizações locais, ajudando a garantir sua sustentabilidade e o sucesso da agricultura familiar na região”, disse.
O DF é modelo na execução de políticas públicas voltadas à segurança alimentar e nutricional. Atualmente, participam do Pnae mais de 600 agricultores familiares.
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