Diferente do que muitos pensam, a dengue não se manifesta somente no período das chuvas. Na seca também. Por isso, a população precisa continuar com as medidas preventivas para evitar a proliferação do mosquito transmissor, enquanto o governo continua com as campanhas de conscientização e as medidas sanitárias, como a vacinação e a procura por focos nas residências.
O subsecretário substituto de Vigilância à Saúde, Victor Bertollo, reforça a importância da participação da população nas ações contra a dengue, realizadas o ano inteiro. Além da vacinação disponível para as crianças de 10 a 14 anos, que é a população mais vulnerável em casos mais graves da dengue, Bertollo alerta para a importância da checagem semanal em casa, para barrar o tempo de eclosão dos ovos do Aedes aegypti e interromper a reprodução do mosquito. “Por mais que nessa época de seca haja uma redução de casos, há mosquitos em focos permanentes, como caixa d’água por exemplo. Entrar no período de chuvas com incidências altas causa dificuldade em interromper o ciclo da dengue, então é necessário mitigar antes que se torne epidêmico. Temos que estar com o maior preparo possível, o engajamento dos cidadãos é a parte mais importante nesse combate”, destaca.
“O combate à dengue não depende apenas de iniciativas do governo e nem de ações individuais, mas também do engajamento coletivo. Mobilizar a comunidade para eliminar focos do mosquito, participar de mutirões e denunciar locais com água parada são ações fundamentais para evitar surtos”, adverte a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental do Guará, Herica Cristina Marques.
Herica lembra que o Guará viveu o maior surto de dengue de sua história, com 18 mortes pela doença somente este ano e mais de 9 mil casos confirmados na cidade. “E a situação poderia ter sido pior se o governo não tivesse atuado com rigor nas ações de combate ao mosquito transmissor, que incluíram operações de recolhimento de lixo e entulho, multa a moradores que descartavam lixo em locais impróprios, multa a proprietários de terrenos com mato e entulho, conscientização dos moradores e oferta de vacinas em todas as unidades de saúde da cidade.
“Mesmo com todas as campanhas de conscientização, muita gente que não entendeu a gravidade da doença e continuou relaxando nas medidas de saneamento do seu ambiente. O morador não pode ficar esperando apenas o governo agir e precisa fazer sua parte”, cobra.
Medidas preventivas
O mosquito Aedes aegypti se reproduz em água parada, o que significa que qualquer recipiente, por menor que seja, pode se tornar um criadouro. Vasos de plantas, pneus, garrafas e até mesmo tampinhas de garrafas são locais ideais para o inseto depositar seus ovos. Elimine focos de água parada. Verifique semanalmente sua casa e quintal para eliminar qualquer recipiente que possa acumular água. Mantenha caixas d’água, tonéis e barris bem tampados. Use repelentes. Aplicar repelente nas partes expostas do corpo ajuda a evitar picadas. Reaplique conforme as instruções do fabricante, especialmente se estiver ao ar livre. Proteja a casa. Instale telas em janelas e portas para impedir a entrada de mosquitos. Mosquiteiros sobre as camas também são uma boa opção.
Os sintomas da dengue incluem febre alta, dores intensas no corpo e nas articulações, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, náuseas, vômitos, manchas vermelhas na pele e cansaço extremo. Em casos mais graves, a dengue pode evoluir para a forma hemorrágica, que pode levar à morte.
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