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“Dor insuportável”: família quebra silêncio sobre mulher esquartejada

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

A família de Thalita Marques Berquó Ramos (foto em destaque), 36 anos, quebrou o silêncio sobre o crime brutal cometido contra ela. A vítima foi morta e esquartejada no Parque Ecológico Ezechias Heringer, no Guará, em 13 de janeiro último. Ela teve a cabeça e as pernas jogadas pelos assassinos em um córrego da região, e o tronco foi enterrado na área.

Em entrevista ao Metrópoles, a mãe e a tia de Thalita – que pediram para ter as identidades preservadas – abriram o coração sobre a dor da perda e pediram que a justiça seja feita, para punição dos assassinos confessos da vítima.

“Tem sido uma dor insuportável. Foi muito difícil saber como ocorreu a morte dela. A família está muito sensível. Sabemos que não podemos trazê-la de volta, mas podemos pedir que a Justiça aja perante os monstros que fizeram isso”, cobrou a tia.

Antes de desaparecer, em 11 de janeiro de 2025, Thalita enviou mensagens à mãe pelo WhatsApp e disse estar no Guará com um amigo. Foi o último contato entre as duas, que conversavam diariamente e eram próximas, apesar de a vítima morar com o pai, em Águas Claras.

“Ela disse que voltaria para casa, quando nos falamos pela última vez. Então, esperei por notícias dela. Ficamos aflitos no aniversário dela, em 17 de janeiro, esperando pelo retorno”, disse a mãe.

Veja imagens de Thalita:

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Vítima teria sido agredida a pauladas antes de ser esquartejada

Um homem foi preso, e um adolescente, apreendido pelo crime
Um segundo adolescente ainda é procurado pelo assassinato covarde de Thalita
Vítima teria sido morta após reclamar de qualidade da droga que comprou
Thalita estudava e se dedicada à prática de muay thai
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Thalita Marques Berquó Ramos tinha 36 anos

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Vítima teria sido agredida a pauladas antes de ser esquartejada

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Um homem foi preso, e um adolescente, apreendido pelo crime

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Um segundo adolescente ainda é procurado pelo assassinato covarde de Thalita

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Vítima teria sido morta após reclamar de qualidade da droga que comprou

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Thalita estudava e se dedicada à prática de muay thai

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Antes de registrar ocorrência do desaparecimento da filha, a mãe entrou em contato com amigos de Thalita que estiveram com ela no fim de semana anterior ao crime, na tentativa de saber sobre o paradeiro dela.

“Eles [os amigos] sabiam detalhes sobre os últimos passos dela que poderiam ter ajudado a reduzir o tempo de apuração do caso, mas, em um primeiro momento, não compartilharam essas informações com a família nem com a polícia. Isso atrapalhou as investigações”, desabafou a mãe.

A situação provocou revolta na família, segundo a tia, pois os supostos amigos de Thalita não teriam dito de imediato o que sabiam. Ao longo de quase três meses, os parentes de Thalita tiveram de acompanhar de perto o trabalho da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para descobrir sobre o crime.

“Somos muito agradecidos aos policiais da 1ª Delegacia de Polícia [Asa Sul], que foram eficientes e conseguiram solucionar o caso com agilidade. Eles também foram competentes e humanos, porque nos acalentaram em um momento bastante difícil”, completou a tia.

O corpo da vítima teve a identidade confirmada em 13 de fevereiro deste ano, após passar por exames antropológicos, odontológicos e genéticos no Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Para a mãe e a tia de Thalita, ficam as lembranças de uma mulher meiga, carinhosa, que estudava, era ligada à família e se dedicava à prática de muay thai. “A gente não dorme direito ao pensar no que aconteceu. Ela lutou muito contra o vício em drogas, chegou a ser internada, mas, infelizmente, teve essa recaída”, lamentou a mãe.

O caso

A PCDF conseguiu identificar e localizar os suspeitos de cometer o crime após analisar os últimos passos da vítima antes de ela ser assassinada.

No dia em que foi morta, Thalita esteve em uma invasão dentro do Parque Ecológico Ezechias Heringer para comprar drogas. Porém, teria ocorrido um desentendimento entre ela e os autores do crime – João Paulo Teixeira da Silva e dois adolescentes, de 15 e 17 anos –, o que teria motivado o homicídio.

A discussão estaria relacionada à qualidade dos entorpecentes vendidos por eles à Thalita, que acabou morta a pedradas e facadas.

“Os autores são viciados, responsáveis por um pequeno tráfico na invasão nesse parque. Thalita passou o fim de semana em festas com amigos. Quando chegou a segunda-feira [13 de janeiro de 2025], ela ainda estava sob efeito de entorpecentes e foi procurar mais drogas nessa região. Os autores [do crime] atraíram a vítima para a região do córrego, onde aconteceu o desentendimento”, detalhou o delegado-chefe da 1ª DP, Antônio Dimitrov.

Nos dias que se seguiram ao crime, a cabeça e as pernas de Thalita foram achadas na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb) no Setor de Clubes Esportivos Sul (SCES), próximo à Vila Telebrasília.

Após as investigações, os policiais conseguiram identificar a autoria e outros detalhes do assassinato, além de localizar o tronco da vítima na última terça-feira (18/3), que estava envolvido em lençóis e enterrado no parque do Guará. Um dos menores de idade indicou aos investigadores da PCDF onde parte do corpo havia sido deixada.

Veja imagens das buscas:

 

Na última sexta-feira (28/3), policiais civis apreenderam um dos adolescentes e prenderam João Paulo pela participação no crime. Eles confirmaram o envolvimento, mas um segundo menor de 18 anos ainda é procurado.

João Paulo será responsabilizado por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menores, enquanto os adolescentes responderão por ato infracional análogo aos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.

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