A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) fazem uma operação na manhã desta quarta-feira (9/9) para cumprir mandados de busca e apreensão em escritórios de advocacia que teriam sido usados para desviar cerca de R$ 151 milhões do Sistema S do Rio de Janeiro. A ação é um desdobramento da Operação Lava Jato.
Entre os alvos estão Frederick Wassef, ex-advogado da família Bolsonaro, e Cristiano Zanin, que faz parte da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Advogado e ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), César Asfor Rocha, além de Eduardo Filipe Alves Martins, filho do atual presidente da corte, Humberto Martins, também são alvos da ação.
As irregularidades teriam começado em 2012 e durado até 2018. Entre as entidades investigadas estão a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio (Fecomércio-RJ), Sesc e Senac.
Batizada de E$quema S, a operação foi deflagrada em paralelo ao início do trâmite de uma ação penal contra 26 pessoas, incluindo o ex-governador Sérgio Cabral e a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo.
Operação foi autorizada pelo juiz Marcelo BretasReprodução/Facebook
Queiroz estava em Atibaia (SP), na região do Vale do Paraíba, em um imóvel do advogado de Frederick WassefRafaela Felicciano/Metrópoles
Frederick WassefTIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO
Wassef, ex-advogado pessoal do presidente BolsonaroIgo Estrela/ Metrópoles
Cristiano Zanin também é alvo da força-tarefaDivulgação/Lula.org
Sérgio Cabral ex-governador do Rio de Janeiro foi condenado pela 14ª vez na Lava-JatoDIVULGAÇÃO
Operação foi autorizada pelo juiz Marcelo BretasReprodução/Facebook
Queiroz estava em Atibaia (SP), na região do Vale do Paraíba, em um imóvel do advogado de Frederick WassefRafaela Felicciano/Metrópoles
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“Aportes em favor dos escritórios vinculados aos denunciados foram contemporâneos às aquisições de carros e imóveis de luxo no país e no exterior, em franco prejuízo ao investimento na qualidade de vida e no aprendizado e aperfeiçoamento profissional dos trabalhadores do comércio no Estado do Rio de Janeiro, atividade finalística de relevantíssimo valor social das paraestatais”, afirmam os procuradores da força-tarefa.
Os recursos do Sesc e Senac têm origem pública, que a Receita Federalrepassa de contribuições sobre folhas de pagamento de empresas comerciais para os serviços investirem na capacitação e bem-estar de comerciários. A Força-tarefa Lava Jato apurou que aquelas entidades no Rio teriam destinado mais de 50% do seu orçamento anual a contratos com escritórios de advocacia.
A força-tarefa, da qual também faz parte a Receita Federal, cumpre mandados de busca em 50 endereços nos estados do Rio, São Paulo e Distrito Federal. Além do valor desviado, os investigadores suspeitam da apropriação indébita na casa dos R$ 200 milhões.
Os investigados são suspeitos de integrar organização criminosa, sonegação fiscal, corrupção ativa e passiva, estelionato, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. A ordem foi expedida pelo titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas.