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Especialistas alertam para risco de esquemas que usam bitcoin como ‘isca’

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Ideia das moedas digitais é justamente cortar intermediários

Em meio a operações e denúncias de supostas fraudes de empresas que dizem minerar criptomoedas, especialistas do setor orientam e dão dicas aos futuros investidores para não caírem em ciladas. As bitcoins entre outras moedas não podem ser falsificadas, mas esquemas de pirâmides financeiras têm utilizado o bitcoin e outras moedas digitais para atrair investidores e aplicar o golpe.

Em Campo Grande, a Minerworld é uma das suspeitas de recrutar nos moldes das pirâmides financeiras e o caso chegou à Polícia Federal, que abriu inquérito para investigar o negócio. Outra empresa com modelo semelhante é a Wall Street Corporate, investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por suposto esquema de organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, uso de documentos falsos e crimes financeiros por meio do uso da moeda digital Kriptacoin.

Ao jornal, a MinerWorld negou que opere com pirâmide, e afirmou que usa o dinheiro dos investidores para custear a mineração de moedas digitais em unidades que manteria na China e no Paraguai. A reportagem pediu o endereço e acesso a uma das tais unidades, para visitar, mas os diretores disseram à época que seria impossível, já que os locais estariam em obras.

Na época, disseram que em dois meses terminariam as obras e convidariam a imprensa. O período de 60 dias se encerra no próximo dia 17. No entanto, em nota oficial, a assessoria de imprensa da empresa informou ao jornal que ‘não falaria mais com o Midiamax’.

Muita propaganda

Promessas de lucros altos e sem risco de prejuízos, somada a diversas formas de negociação – como o recrutamento de novos investidores -, costumam ser os principais atrativos dessas empresas, e é neste formato de publicidade que mora o perigo, alerta Rodrigo Batista, CEO do Mercado Bitcoin:

“É praticamente certo que uma promessa de retorno certo (sem risco) e com alto ganho é um esquema de pirâmide financeira. É muito importante que o usuário tenha clareza de que existe apenas uma única rede Bitcoin e ela não gera rendimentos. Por isso, recomendo que fique longe desse tipo de empresa para sua própria segurança”.

Rodrigo explica que embora seja uma tecnologia inovadora para pagamentos, e verdadeiramente capaz de oferecer lucros, o valor das moedas é definido pelo mercado, ou seja, pela lei da oferta e procura. “Isso faz com que as moedas digitais sejam ativos financeiros de alto risco”, portanto, as promessas de enriquecimento ficam ameaçadas. Uma das justificativas frequentes desses negócios é a expansão do rendimento das moedas, que cresceu 600% nos últimos dozes meses, destacou a diretora Operacional da coinBR, Charys Oliveira.

Contudo, a especialista alerta para propagandas de negócios infalíveis sem o real conhecimento do negócio. “Apesar de não acreditarmos em grandes quedas permanentes, promessas de lucros sem que a pessoa participe de fato da operação de valorização e multiplicação das suas moedas é sempre estranha aos olhos de quem se dedica a operar seus próprios bitcoins. Afinal o Bitcoin é isso, é a liberdade de você retirar os intermediários. Se não todos, a grande maioria”, analisou.

Segurança

Rodrigo orienta que antes investir o capital no negócio é importante verificar a segurança da plataforma em que for transacionar. O segundo passo é verificar a estrutura e profissionalismo da empresa. Quanto mais clientes, maior a possibilidade de fazer bons negócios, pois há mais liquidez nas bolsas”, orienta. “A forma mais segura de guardar moedas digitais é sempre consigo mesmo. Existem paper wallets, que são carteiras offline, o que as torna mais seguras por impossibilitar ataques hackers”.
“Desconfie sempre de promessas de retornos altos. Para existir um alto ganho, deve existir um alto risco. Ofertas de investimentos em moedas digitais com retorno garantido provavelmente são golpes financeiros. Fuja desses negócios”, aconselha.

Sede no Paraguai

Nas promessas da Minerworld sempre são citados lucros exorbitantes para os padrões de mercado financeiro. A forma de multiplicação dos negócios – e dos rendimentos prometidos – assemelha-se à das pirâmides: modalidade em que os que estão embaixo tem a missão de expandir a atividade, para sustentar os que estão no topo.

A empresa, com sede oficial no Paraguai, apresenta o advogado Cícero Saad, de Campo Grande, como CEO (Chief Executive Officer), ou diretor. Ele responde processo de estelionato na Justiça, acusado de fraudar comprovantes de pagamento. Também integram a direção da empresa Hercules Gobbi e Johnes Carvalho. Na capital de MS, a empresa mantém escritório em um edifício empresarial na rua 15 de Novembro.

Fonte: midiamax

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