Quando a enfermeira Lívia Paulino Leite, 49 anos, adotou o casal de cães Chase e Skye há mais de dois anos, não estava nos planos dela ter de se mudar com a família para um país a 7 mil quilômetros do Distrito Federal.
Devido a uma troca de emprego, ela e o marido vão se mudar para Luanda, capital do país no continente africano. No entanto, infelizmente, os dois pets não poderão embarcar na viagem internacional, prevista para janeiro de 2025.
“Buscávamos melhorar as condições de vida, e meu esposo, que é engenheiro, recebeu uma proposta muito boa de emprego na África. Ele mora lá desde março. Agora, nosso filho, de 9 anos, e eu vamos no ano que vem”, detalhou Lívia.
A moradora do Jardim Botânico (DF) tentou, de todas as formas, encontrar meios para levar Chase e Skye à futura casa da família, em Angola, mas não identificou opções viáveis, pois o transporte de cada um dos animais custaria mais de R$ 12 mil, e os tutores não têm condições de arcar com esses gastos.
“Um dos outros motivos envolve, ainda, o desgaste da viagem. São dois voos diferentes, mais de 15 horas de trajeto. Muitos veterinários nem autorizam, por causa dos riscos à saúde dos animais, pois eles desidratam facilmente. Fora a burocracia que envolve a documentação para transportá-los”, completou a enfermeira.
Sem encontrar uma solução para levar os pets, Lívia decidiu tomar a decisão mais difícil: colocá-los para adoção. “Eu me vejo em uma situação que o peso na consciência é enorme, mas também não tenho um plano B. Tentei com parentes e amigos, mas ninguém pode ficar com eles neste momento. E tenho enfrentado muito preconceito nesse processo”, lamentou.
A tutora busca um lar que possa acolher, de preferência, os dois cães, pois Chase e Skye são criados juntos desde que eram filhotes e se tornaram bastante apegados um ao outro.
Com a mudança da família programada para daqui a menos de dois meses, Lívia corre contra o tempo para tentar garantir que ambos sejam adotados. “Tenho feito de tudo para não separá-los. Caso necessário, posso entregar apenas um para adoção, em vez de os dois, mas acho que eles vão sofrer muito com a falta”, completou.
Veja fotos dos pets:
Chase é um cachorro de 2 anos sem raça definida (SRD). O pet está com todas as vacinas e os vermífugos em dia e, desde os três meses, usa uma coleira especial contra a leishmaniose. O cão tem porte médio a grande e não é castrado, mas a tutora se dispõe a pagar pelo procedimento antes da doação.
Skye é uma cadela de 2 anos, também SRD, e que foi resgatada aos 4 meses. A cachorra de pequeno porte está castrada e também tem as vacinas e os vermífugos em dia. “Ela é muito dócil, esperta e carente. Tem alguns traumas, como medo de gritarem com ela. E, por ter passado fome na rua, come de tudo”, descreveu Lívia.
“Já o Chase é muito protetor do lar e da família. Adora correr e estar perto de pessoas. Ele também é bem dócil e só late para passarinhos. Entende o comando de ir para o canil, não rasga sacos de lixo e pula bastante quando chegamos à nossa casa”, completou a enfermeira.
Como adotar?
Quem tiver interesse na adoção responsável dos pets pode entrar em contato com Lívia pelo telefone 61 984-654-023. “A pessoa que ficar com eles precisa ter muita certeza de que quer criar cachorros e que pode arcar com as despesas deles. Além disso, são cães que precisam de espaço e que, juntos, consomem cerca de 20 kg de ração por mês”, destacou Lívia.