Antes de ser recapturado na manhã desta terça-feira (11/3), Vinícius Neres Ribeiro (foto em destaque), 28 anos – condenado por matar a estudante da Universidade de Brasília (UnB) Louise Maria da Silva Ribeiro – rondava a casa da ex-namorada mais recente. Ele chegou a invadir o apartamento dela e a deixar aberto o registro do gás de cozinha do imóvel.
A coluna Na Mira apurou que Vinícius ainda tinha uma cópia da chave do apartamento da ex – que o denunciou em janeiro último por violência doméstica. Ao deixar o local, acabou flagrado por policiais penais e tentou fugir, mas foi recapturado.
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Ao revistarem-no, os policiais encontraram uma mecha de cabelo que seria dessa ex de Vinícius, além de facas, abraçadeiras, alicate, lanterna, serras e um frasco de lubrificante íntimo. Ele chegou ao endereço dela no carro da mãe, um Peugeot vermelho, segundo imagens de câmeras de segurança.
Após ter direito à progressão de pena para o regime semiaberto, Vinícius – que cursava ciências biológicas na UnB, mas foi desligado da universidade depois de matar Louise Maria – começou outra faculdade. Na nova graduação, conheceu a namorada mais recente que teve.
Ambos viveram um relacionamento por cerca de sete meses. No entanto, quando ela descobriu sobre o passado de Vinícius decidiu terminar. Mais uma vez, sem aceitar o término, o criminoso começou a persegui-la quando saía diariamente para as atividades que era autorizado a exercer fora do Centro de Progressão Penitenciária (CPP), como trabalhar e estudar.
Na última sexta-feira (7/3), porém, ele não voltou ao CPP para a pernoite após as atividades fora da prisão. Ele foi preso na manhã desta terça (11/3), levado para a 20ª Delegacia de Polícia (Gama) e deixado à disposição da Justiça. Vinícius pode, inclusive, perder o direito ao regime semiaberto, a depender de decisão do Poder Judiciário.
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O trabalho de inteligência da Polícia Penal contribuiu para a recaptura de Vínicius. O Metrópoles apurou que equipes conseguiram localizar o carro da mãe dele estacionado a cerca de 600 metros da casa da ex-namorada do condenado.
Para o presidente do Sindicato dos Policiais Penais no Distrito Federal (Sindpol-DF), Paulo Rogério, a operação reforçou a importância diária da corporação para a segurança pública, a fim de “garantir o cumprimento de penas e a fiscalização dos detentos”.

Feminicídio em laboratório
O crime, cometido em 10 de março de 2016, chocou a comunidade acadêmica e o Distrito Federal. Ao ser preso, Vinícius confessou ter matado a colega de curso sob a justificativa de estar inconformado diante do término do relacionamento com a jovem.
Louise tinha 20 anos, quando foi dopada com clorofórmio pelo assassino, em um dos laboratórios do Instituto de Ciências Biológicas (IB) da Universidade de Brasília (UnB).
Quando a jovem desmaiou, Vinícius injetou 200 mililitros do químico na boca dela, o que provocou a morte da universitária, segundo a perícia; prendeu os pés e as mãos de Louise; despiu-a; e enrolou o corpo dela em um colchão inflável.
Posteriormente, o criminoso transportou o corpo no carro da vítima até um local próximo ao Minas Brasília Tênis Clube (MBTC), no Setor de Clubes Esportivos Norte (SCEN), e deixou o cadáver na mata, parcialmente incinerado.
Em 2017, Vinícius foi condenado a 23 anos de prisão por homicídio quadruplamente qualificado – por motivo fútil, uso de meio cruel, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio –, além de destruição de cadáver.
No entanto, ele teve a punição atenuada por ser menor de 21 anos à época e por ter confessado espontaneamente o crime.