A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou operação, nas primeiras horas desta sexta-feira (26/7), para desarticular um esquema criminoso que deixou um rastro de prejuízos nas redes hoteleiras ao redor do país e em turistas que visitam vários estados e o DF. Os golpes são apurados por investigadores da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) há cerca de um ano.
De acordo com as apurações da Operação Checkout, os estelionatos ocorrem desde 2019, sempre articulados por Regiany da Conceição Pimentel dos Santos, 48 anos, (foto em destaque). Durante a operação, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão. As diligências foram realizadas simultaneamente em Belém e Abaetetuba, ambas no Pará.
Os policiais buscam dispositivos eletrônicos, documentos falsos e outros materiais que possam comprovar a prática dos crimes investigados e fornecer elementos adicionais para robustecer as provas já obtidas. A operação contou com o apoio operacional da Polícia Civil do Pará (PCPA).
Modus operandi
O golpe ocorria da seguinte maneira: a estelionatária criava anúncios falsos em sites, imitando anúncios legítimos, com preços muito abaixo do valor real. A vítima, interessada na oferta, entrava em contato e negociava com a golpista, que se apresentava como corretora.
A golpista, então, contatava o hotel e solicitava uma reserva, pedindo a emissão de um voucher. O hotel emitia o documento com o valor real e pendente de pagamento para confirmação. A criminosa falsificava o boleto, alterando o valor para o preço inferior ajustado com a vítima ou omitindo os valores, e removendo a indicação de que a reserva estava pendente de pagamento.
Em seguida, enviava o voucher falsificado para a vítima, que realizava o pagamento para uma conta indicada pela golpista. Quando a vítima chegava ao hotel, descobria que a reserva não existia e que havia sido enganada. Em alguns casos, a golpista entrava em contato com a corretora verdadeira para que esta apresentasse o imóvel à vítima, aumentando assim a credibilidade do golpe.
Líder golpista
Regiany foi identificada como a principal responsável pelo esquema fraudulento. Ela será indiciada por falsidade documental e por mais de dez crimes de estelionato cometido por fraude eletrônica , em concurso material, ou seja, quando as penas são somadas.
Dessa maneira, ela pode ser condenada a mais de 80 anos de reclusão.
Outras duas pessoas também serão indiciadas pelos estelionato, uma mulher de 23 anos e um homem de 30. Se comprovado o vínculo entre eles, poderão também ser indiciados por Associação Criminosa.
Os materiais apreendidos passarão por análise detalhada e serão utilizados para aprofundar as investigações, que continuam em andamento.